LIVRO SOBRE NÚBIA LAFAYETTE É LANÇADO ESTA SEMANA EM JOÃO PESSOA

Se estivesse viva, a cantora Núbia Lafayette teria completado 78 anos de idade na semana passada. Ela nasceu Idenilde Araújo Alves da Costa, em Assu, RN, no dia 21 de janeiro de 1937. Mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas três anos, com a avó, e na chamada cidade maravilhosa passou a apresentar-se, ainda criança, em programas de auditórios como o Clube do Guri, da Rádio Tupi.

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Se estivesse viva, a cantora Núbia Lafayette teria completado 78 anos de idade na semana passada. Ela nasceu Idenilde Araújo Alves da Costa, em Assu, RN, no dia 21 de janeiro de 1937. Mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas três anos, com a avó, e na chamada cidade maravilhosa passou a apresentar-se, ainda criança, em programas de auditórios como o Clube do Guri, da Rádio Tupi.

Nesta quinta-feira, dia 29 de janeiro, será lançado em João Pessoa, o livro “Núbia Lafayette, a voz sentimento”, de autoria do baiano Hamilton Santos, que conviveu com Núbia desde o início de sua carreira. O livro resgata parte da vida e da obra da intérprete potiguar de voz quente e personalidade forte, que virou a rainha da seresta cantando o amor e a desilusão.

O evento, a partir das 19h00, na Vila do Porto, constará, além da noite de autógrafo, de recital dos maiores sucessos da cantora, interpretados por Germano Barbosa, acompanhado pelo violão de Dinormando Reis, último violonista de Núbia, e convidados especiais, como o professor e escritor recifense, radicado em Campina Grande, Edson Tavares, autor do livro “Outra história da mesma coisa”, que declamará “Seria tão diferente”.

O livro de Hamilton Santos apresenta um rico acervo fotográfico de Núbia Lafayette e conta passagens marcantes da vida pessoal da artista e de sua trajetória como cantora.

No final da década de 1950, Núbia, ainda Idenilde, participou de alguns programas de calouros, interpretando músicas de Vicente Celestino. Fã de Dalva de Oliveira, de quem sofreu forte influência, trabalhava como comerciária nas Lojas Pernambucanas, quando participou, com o nome artístico de Nilde Araújo, do concurso de calouros “A voz de ouro”, na TV Tupi. Um dos jurados, o proprietário da boate Cave, Jordão Magalhães, convidou-a para cantar em sua casa noturna, onde conheceu o compositor Adelino Moreira, que a levou para gravar na RCA Camden. Antes, com apoio do cantor e compositor Joel de Almeida, gravou um disco, pela Polydor, com os sambas “Vai de vez”, de Paulo Tito e Ricardo Galeno e “Sou eu”, de Valdir Machado e Rubens Machado.

Núbia também foi atração da boate Michel, de São Paulo, e em 1960, lançou seu primeiro disco com o nome artístico de Núbia Lafayette, pela gravadora RCA Camden, com duas composições de Adelino Moreira, de quem foi uma das principais intérpretes, o samba-canção “Devolvi”, um de seus maiores sucessos, e o samba-choro “Nosso amargor”. Em 1961, gravou mais outras composições de Adelino Moreira, “Solidão”, “Preciso chorar”, “Prece à lua”, “Seria tão diferente” (esta em parceria com Tônio Luna) e o samba “Não jures mais”. No ano seguinte, gravou, de Adelino Moreira, “Ontem à noite”, “Razão”, “Páginas portuguesas”, “Vida”, “É tudo calúnia”, de Antônio Almeia e “Saudade malvada”, de Erasmo Silva. Lançou mais dois discos com músicas de Adelino Moreira, em 1963, “Não creias”, “Ouvi dizer” “Mil lágrimas” e “O vento”.

Com o advento da jovem guarda, sua carreira entrou em declínio. Fez algumas gravações mais esporádicas, como os compactos simples “Núbia Lafayette com orquestra Chantecler”, em 1966, e “Núbia Lafayette”, no ano seguinte, além do LP “Nem eu, nem tu, ninguém” lançado pela Philips, em 1970. Em 1971, lançou o LP “A voz quente de Núbia Lafayette”, pela RCA Camden, interpretando 14 composições de Adelino Moreira. Em 1972, gravou, pelo selo Entré/CBS, o LP “Casa e comida”, cuja música título, um bolero de Rossini Pinto, fez muito sucesso e deu novo impulso à sua carreira, além de “Jamais estive tão segura de mim mesma”, de Rauzito (Raul Seixas). Lançou novo LP em 1974, com músicas de diferentes compositores do repertório romântico, como “Terezinha”, de Chico Buarque. Em 1976, transferiu-se para o selo Epic/CBS e lançou o LP “Os 20 anos artísticos de Núbia Lafayette”, com “Minha sorte”, de Rossini Pinto e “Afinal”, de Luiz Bittencourt e Ismael Neto. Também em 1976, obteve o segundo lugar no “Festival da canção”, na Colômbia, com a música “A vida tem dessas coisas”, de César Sampaio. Em 1985, voltou para a RCA Camden e lançou o LP “Por amar demais”, cantando um pot-pourri de seus sucessos além de “Mulher e daí”, de Gonzaguinha. Em 1992, gravou pela Sony Music o CD “Brasil sentimental”, na série “Academia Brasileira de Música” interpretando, entre outras, “Sentimental demais”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “Escuta”, de Ivon Curi, “Conselho”, de Oswaldo Guilherme e Denis Brean, “Matriz ou filial”, de Lúcio Cardim, “Negue”, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos e “Que será”, de Marino Pinto e Mário Rossi. Ainda na década de 1990, participou, em Natal, RN, do Projeto “Natal em canto”, com o Trio Irakitan.

A partir da década de 1990, Núbia Lafayette passou a morar em Maricá, litoral norte do Rio de Janeiro, de onde só saía para os shows e outros compromissos profissionais, como participações em programas de rádio e televisão.

No dia 18 de junho de 2007, Núbia Lafayette faleceu, vítima de AVC, no Hospital das Clínicas Niterói, RJ.