Jovem trans tem dia de 'pesadelo' após visita ao quartel para alistamento militar

Marianna Lively não imaginava que um simples ato obrigatório geraria tantos problemas em sua vida.

Após realizar alistamento militar, a jovem teve seus dados vazados na internet por um soldado e passou a ser perseguida: telefonemas com ofensas, fotos espalhadas com xingamentos e até assédio.

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Marianna Lively, de 17 anos, afirmou ter sido vítima de discriminação após uma visita ao quartel para resolver pendências relativas ao alistamento militar.

“Esses desconhecidos que estavam ligando, caçoavam de mim por eu ser trans, já outros me diziam ter gostado de mim e queriam deixar telefone para eu entrar em contato”, escreveu Marianna em seu facebook pessoal. Tudo começou na quarta-feira (23/9), horas após ela comparecer a um quartel para realizar o alistamento obrigatório.

Depois de receber ligações inclusive de outros Estados e ser avisada que seus dados estavam nas redes sociais, ela voltou ao quartel e questionou o capitão da base. De acordo com Marianna, ele teria “pedido desculpas pelo transtorno”, complementando que o soldado responsável pelo vazamento seria punido.

As explicações não convenceram a trans, que enfrentou inclusive dificuldades para registrar um boletim de ocorrência. “Pelo o que o delegado me informou, eu teria de ir no batalhão de policia do exército abrir um boletim interno, para haver punição”, contou Marianna, que prometeu “não deixar passar batido”.

Punição

De acordo com o Exército Brasileiro, os autores do vazamento de fotos e documentos de Marianna Lively serão responsabilizados.

Em nota que não divulga o nome dos responsáveis, o Exército afirma que “não discrimina qualquer pessoa, em razão de raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro”.

A nota afirma ainda que o Exército “não compactua com este tipo de procedimento e empenha-se, rigorosamente, para que eventuais desvios de conduta sejam corrigidos, dentro dos limites da lei”.

Fonte: Pragmatismo político