Esta é a segunda vez que Marco solicitou perdão presidencial – a primeira negativa foi em 2006, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo
O governo da Indonésia negou definitivamente clemência ao brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, condenado à pena de morte no país asiático por tráfico de drogas, e disse que ele será executado “muito em breve”. O pedido foi negado em 31 de dezembro pelo presidente Joko Widodo. Esta é a segunda vez que Marco solicitou perdão presidencial – a primeira negativa foi em 2006, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo.
Antes de ser preso, em 2003, o instrutor de voo livre Marco Archer Cardoso Moreira ficou dois dias em Manaus, na casa da avó, com uma asa-delta, onde escondia a mais de 13 quilos de cocaína. A droga foi retirada no Peru, em um hotel no norte do País, na cidade de Trujillo.
Archer entrou no Amazonas de barco e seguiu de avião comercial para São Paulo, de onde partiu para Jacarta, na Indonésia, com uma escala em Amsterdã, na Holanda.
Marco é neto de Lourdes Acher Pinto, último membro da família a assumir os negócios iniciados pelos irmãos Agnaldo e Henrique Archer Pinto, com a fundação de ‘O Jornal’, que foi um dos principais veículos da mídia impressa do Estado.
Pelas leis indonésias, sentenciados à morte só podem fazer dois pedidos de clemência, depois de esgotadas as chances de recurso à Justiça. Assim, do ponto de vista legal, não há mais o que fazer para evitar a execução.
“Já cumprimos todos os requisitos legais para executá-lo”, disse à Folha nesta quinta (8) Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral, órgão responsável, entre outras tarefas, por levar adiante as execuções no país.
“Ele está na lista de próximos executados – e posso assegurar que o plano é executá-lo muito em breve.”
A data ainda não foi definida, afirma Spontana, mas pode ser até o final de janeiro. Além de Marco, o governo pretende executar cinco pessoas, de uma única vez.
Pelo menos até ontem, Marco, que se diz arrependido, não sabia da nova rejeição. Em dezembro, Widodo anunciou que pretendia executar condenados à morte por tráfico, o que o deixou aflito – ele tem acesso a jornais na prisão.
O Itamaraty afirma não ter recebido comunicação “oficial” a respeito. Em dezembro, antes da rejeição da clemência, a presidente Dilma Rousseff mandou carta a Widodo pedindo a não execução.
Segundo a Folha S. Paulo informou, o gabinete de Dilma avalia se há algo mais que possa ser feito para interceder pelo brasileiro. O círculo mais próximo à presidente estaria trabalhando com urgência para encontrar uma nova opção.
Pressão Política
O único meio de pressão para evitar fuzilamento agora é político. A população da Indonésia, maior país muçulmano do mundo, é em sua maioria favorável à pena capital.
Se a pena for cumprida, Marco será o primeiro ocidental executado na Indonésia. De 2000 a 2014, 27 pessoas foram fuziladas, a maioria cidadãos indonésios.
O brasileiro foi preso em 2003, depois de tentar entrar no aeroporto de Jacarta com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de asa delta.
Marco é um dos dois únicos brasileiros no mundo condenados à morte.
O outro é o paranaense Rodrigo Gularte, que está na mesma prisão que Marco, no interior do país. O segundo pedido de clemência de Rodrigo ainda não foi respondido.
Fonte: Diário do Amazonas