Heron Cid diz em artigo por que saiu do Sistema Correio: Nunca sofri censura, saiu sem interrogações e fechando um ciclo.

Nunca sofri interferência ou censura, por menor que fosse. Um diferencial que impulsiona qualquer profissional a fazer o melhor e a se guiar pela coragem associada ao equilíbrio no trato da notícia e da opinião. Mas chegou a hora da partida. Saio sem interrogações, exclamando as melhores lembranças e fechando um ciclo com um ponto final de agradecimento a você leitor e a generosa direção do Correio. Obrigado!

Despedida

Por Heron Cid – Do Jornal Correio.

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De tudo que já fiz na minha curta, porém precoce trajetória no jornalismo, esse espaço foi o maior desafio. Chamado pela direção desta casa, resisti a suceder o inexcedível Rubens Nóbrega, referência pessoal de texto e habilidade na arte das palavras e de quem anos antes havia sido estagiário na UFPB.

Do peso da sucessão de um gigante da imprensa paraibana para a responsabilidade do exercício da tarefa de imprimir um estilo próprio e cativar, com o tempo, um universo de leitores do maior e mais importante periódico paraibano. E foram quase cinco anos. Quatro anos e oito meses, pra ser mais preciso.

Foi pessoalmente desgastante pela dedicação do labor diário, mas prazeroso pelo garimpo da obrigação do ofício de todos os dias ter algo importante a dizer, comentar e informar a milhares de espectadores. Difícil pelo ônus de aqui e acolá contrariar interesses, porém gratificante pelo reconhecimento e repercussão.

Daqui, antecipamos fatos, revelamos bastidores (uma obstinação ao longo desses anos), suscitamos debates, provocamos autoridades, alertamos para reflexões necessárias e ajudamos a transcrever páginas da história política do nosso Estado, porque o jornal é, também, um documento para a posteridade.

A relevância e dimensão estadual do Correio da Paraíba contribuíram significativamente para o resultado desse trabalho. No entanto, o maior bônus e facilitador de tudo que aqui produzimos se resume a uma característica peculiar e preciosa encontrada no comando desta empresa: a liberdade.

Nunca sofri interferência ou censura, por menor que fosse. Um diferencial que impulsiona qualquer profissional a fazer o melhor e a se guiar pela coragem associada ao equilíbrio no trato da notícia e da opinião. Mas chegou a hora da partida. Saio sem interrogações, exclamando as melhores lembranças e fechando um ciclo com um ponto final de agradecimento a você leitor e a generosa direção do Correio. Obrigado!