O ministério Público Federal pediu que a Justiça Federal reveja a decisão de permitir que a ex-prefeita de Bom Jardim ficasse detida no alojamento do Corpo de Bombeiros do Maranhão. Para o procurador da República Galtiênio da Cruz Paulino, deveria estar detida no presídio feminino de Pedrinhas.
Depois de ficar 39 dias foragida da Polícia Federal a ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite, continua tendo privilégios mesmo estando presa. Ela não tem curso superior, é apontada pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal integrante de um grupo que desviou mais de R$ 15 milhões da Educação municipal e está recolhida num quarto com ar-condicionado, duas camas e banheiro privativo. Uma televisão e o frigobar foram retirados, numa tentativa de reduzir as regalias.
Antes do pedido formal do MPF-MA à Justiça Federal, o promotor de Execuções Penais, Pedro Lino, já havia feito uma vistoria ao local onde Lidiane está abrigada e não gostou do que viu. O promotor disse que o lugar serve como alojamento para enfermos e está fora dos padrões estabelecidos pela Lei de Execuções Penais. “As condições a que ela está submetida não estão previstas na LEP e tudo o que foge à legislação eu entendo como regalia”, destacou.
Lidiane Leite está detida desde segunda-feira (28) depois de pôr fim a uma caçada que durou quase 40 dias. Ela, o ex-namorado e ex-secretário de Assuntos Políticos, Beto Rocha, e o ex-secretário de Agricultura, Antônio Cesarino seriam os responsáveis por desvios milionários da educação de Bom Jardim.
Quando se entregou à PF, o advogado da ex-prefeita, Sérgio Muniz, chegou a declarar que sua cliente continuava suas atividades como gestora pública e visitava povoados e comunidades na Zona Rural do município. O delegado Ronildo Lajes contesta a informação e defende que ela estava foragida e se manteve escondida com a ajuda de outras pessoas cuja participação nos crimes também será investigada.
No mesmo dia, uma confusão causada por duas decisões judiciais, uma na esfera estadual e a outra na federal, fez com que Lidiane fosse levada para Pedrinhas, mas depois, finalmente, encaminhada ao alojamento dos bombeiros. O juiz José Magno Linhares entendeu que a segurança da ex-prefeita foragida estaria sendo colocada em risco se ela fosse levada para o presídio feminino de Pedrinhas, mesmo nunca tendo ocorrido rebelião ou morte desde sua construção.
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