Não tem jeito. A cada edição de “The Voice Kids”, um tema vai ressurgir: o que vale mais para ir longe na competição, técnica ou fofura? A semifinal do programa levantou mais uma vez a polêmica, principalmente pelo fato de o programa ter um leque amplo quanto à idade dos participantes, de 9 a 15 anos. Por isso, o UOL falou com finalistas de edições anteriores para entender como eles acham que esses fatores afetaram em suas participações.
A grande polêmica envolveu Carlinhos Brown e a decisão dele na hora de um desempate na semifinal: ele preferiu Talita, de 16 anos, em detrimento a Mariah, de 9, justificando que o que vale é a voz. “Não é uma brincadeira”, disse ele. Mariah considerada uma “campeã de fofura” tem mais popularidade entre os telespectadores. No fim, um erro da produção voltar atrás e ambas foram para a decisão.
Para Juan Carlos Poca, participante da 2ª edição e hoje com 16 anos, o duelo “fofura x técnica” pode ter afetado o resultado de sua final. No ano passado, Thomas Machado, de 9 anos, ficou com o título. Poca vê na disparidade de idades um problema
“Acho que o The Voice Kids já fala no nome que são crianças cantando. Que é a voz da criança. Eu já não era tão novo, já era adolescente. O Thomaz era criança e fofo, acho que influenciou para ele ganhar”, afirmou o jovem. “Não devia ser só a fofura, a Valentina (Francisco) merecia ter ganhado, ela canta com vontade, com força.”
Participante da primeira temporada, Pérola Crepaldi, agora com 13 anos, defende que haja equilíbrio. “No meu programa tinha vozes potentes e tinha aquelas fofuras. Então, pode aparecer um adolescente que canta bem, mas que não tem aquele carisma. O carisma que deixa as pessoas mais atrativas, então, acho que precisa desse equilíbrio. Quando participei, achei que teve respeito pelos dois lados.”
Uma das fofuras do programa foi Rafa Gomes, agora com 12 anos. A finalista da primeira temporada concordou com Pérola. “Eu acho que neste ponto é um conjunto, tem que ter os dois juntos, que fica perfeito! Aí, todo mundo gosta.”
A final do The Voice Kids acontece no domingo, às 14h (depois da Fórmula 1). Com a mudança no resultado do programa, entraram na decisão os seguintes candidatos:
- Time Claudia Leitte: Neto Junqueira
- Time Carlinhos Brown: Mariah Yohana e Talita Cipriano
- Time Simone & Simaria: Eduarda Brasil
Poca: Triste com a Globo e drama com irmã
As vidas pós-reality show dos finalistas do The Voice Kids pode ser na trilha da música, como Rafa Gomes, que prepara seu primeiro álbum (leia mais abaixo), mas também pode ser cheia de desafios. Juan Poca viveu um ano complicado desde sua participação, em Foz do Iguaçu. Em 2017, perdeu o pai. Neste ano, foi a irmã mais nova que morreu, após um incêndio na casa de sua mãe.
“Ainda não me conformo, hoje mesmo lembrei dela. Lembro todos os dias, é muito difícil para mim e minha família”, conta Poca, que teve ajuda de instituições locais. Por outro lado, ele se diz entristecido por não contar com mais apoio para fazer sua carreira virar. E direciona parte desse sentimento à Globo.
“Não estou com muito show para fazer, estou sem ajuda. Corro atrás disso e daquilo, mas não tenho apoio. Por eu morar longe de São Paulo e Rio, sinto que não tenho nenhuma chance. Teve outros que foram para Ana Maria Braga, participam de alguns programas, mas para quem mora longe, não mantém nem o contato”, lamentou ele.
Poca segue em ação: gravou clipe, tem um canal no Youtube e canta quando pode. A próxima aposta é fazer uma dupla com o irmão. “Eu queria poder ir ao escritório de alguém como Fernando e Sorocaba, mas não tenho condições de sair de Foz”, pontou ele.
Rafa prepara álbum
Já Rafa Gomez trilha um caminho sólido pra seguir fazendo sucesso. Seu canal no Youtube tem mais de 500 mil inscritos e ela prepara seu primeiro disco – impulsionado por um financiamento coletivo.
“É um CD muito legal, tem uma música minha e outra minha com a minha mãe”, contou ela, que também usou canções de outros compositores, adequando letras para o público mirim. “Vai ser uma mistura de MPB com pop. Tem algumas músicas agitadas, outra que é bem Justin Bieber. Tudo tem arranjos bem atuais.”
Por fim, Pérola também continua em ação. Ela tem feito diversos shows e apresentações, além de ter aulas de violão e piano. Além disso, ela comprou um ukulele para se divertir.
Fonte: UOL
Créditos: UOL