Nunca se falou tanto sobre feminismo em uma edição do “Big Brother Brasil” quanto no “BBB20”. Embora não seja a primeira vez que três mulheres ocupam o pódio (o reality show teve trios de mulheres vencedoras em 2014 e 2017), a final de hoje com Thelma Assis, Rafa Kalimann e Manu Gavassi é simbólica por representar o desfecho de uma luta que começou logo nos primeiros dias de programa, quando as sisters se juntaram contra os homens da casa, com exceção de Babu Santana, Victor Hugo e Pyong Lee, ao descobrirem que eles planejavam seduzir as participantes comprometidas. O episódio ficou conhecido como ”teste de fidelidade”.
— O que mais me deixou feliz com a final feminina foi ver que o Brasil não tolerou o machismo lá dentro. A gente tinha muito medo de ter se posicionado no começo. Temíamos que o público não comprasse essa luta com a gente, e eu acho que eles compraram — diz a ex-participante Marcela Mc Gowan, que também observou uma quebra de diversos estereótipos femininos nesta edição: — As mulheres mostraram que têm muito poder e força com os desempenhos nas provas e o posicionamento nas várias discussões. Quebramos aquele clichê de que mulher deve ser dócil.
Apesar de ter tido boas relações com Manu e Rafa, a médica obstetra não esconde para quem vai sua torcida: Thelminha. Ela defende a vitória da amiga pelo mesmo motivo que Denis Santos, marido da anestesista, quer a amada como a primeira colocada na disputa por R$ 1,5 milhão: a representatividade que uma mulher preta traria para uma edição marcada pelas discussões sociais.
— Thelma merece o prêmio pela garra e pela lealdade no jogo. Ela tem uma história de vida que poucos têm. Desde a adoção até a infância e a adolescência na periferia, a conquista da bolsa para estudar Medicina e, enfim, a participação no ‘‘BBB’’. De nove inscritos, ela era a única mulher preta. Mesmo sendo chamada de planta em certo momento da competição, acreditou muito nela mesma — defende o fotógrafo.
Quem também perseverou e pouco titubeou ao longo de três meses foi Rafa Kalimann. Caso se torne milionária, a blogueira têm destino certo para o dinheiro: ajudar os povos na África, com os quais trabalha desde os 19 anos.
— Rafa sempre foi sonhadora, a vida toda lutou e batalhou pelos seus ideais. Rafa conseguiu mostrar no programa a pessoa incrível que ela é. Merece vencer não só por isso, mas também pelo que ela sempre lutou — afirma Genilda Fernandes, mãe da influencer, digital.
Pai da cantora Manu Gavassi, Zé Luiz reconhece que a disputa da final do ‘‘BBB20’’ está acirrada justamente pelas candidatas ao título de vencedora serem mulheres completamente diferentes umas das outras:
— Cada uma é de uma realidade, cada uma tem sua forma de ser — analisa ele, que não demora muito para elencar as qualidade da filha que a colocaram na grande final: — Desde o início, ela foi clara em seus posicionamentos. Leal também, principalmente com a Rafa e com a Thelma. Mesmo sendo sempre excluída na hora de formar dupla nas provas e no primeiro pódio do jogo da discórdia, ela sempre foi justa e honesta. Manu não mudou por causa disso.
Thelma Assis
A médica de 35 anos é a única das três finalistas que se inscreveu. Apesar das desavenças com Flay e Daniel, ela chegou a ser chamada de planta. Thelmainha venceu a prova de resistência mais longa da edição, que durou 26 horas.
Rafa Kalimann
Convidada para participar do reality, Rafa, de 27 anos, se envolveu em brigas com a influencer Bianca Andrade, Mari Gonzalez e Flayslane. Tanto aqui fora quanto dentro da casa, a mineira foi muito elogiada pela ‘plenitude’.
Manu Gavassi
Manu Gavassi
Com uma carreira de cantora consolidada, Manu, de 27 anos, foi criticada por se esquivar das dinâmicas do jogo usando ironia. Ela se fortaleceu, entretanto, quando foi para o Quarto Branco com Prior e Gizelly.
Fonte: Extra
Créditos: Extra