Genival Lacerda descansou. Assim definiu seu filho, João Lacerda, em conversa com a imprensa: “Deus fez o melhor para ele. Não é brincadeira, ele estava sofrendo muito com essa situação”, afirmou. O cantor paraibano morreu hoje, aos 89 anos, vítima da covid-19.
Foram 38 dias de internação na UTI do Hospital Unimed I, no Paissandu, área central do Recife. Ele chegou ao centro médico em 30 de novembro de 2020 com suspeita da doença e recebeu a confirmação da infecção na unidade médica. “Foram dias bem difíceis. Os momentos mais difíceis da minha vida, em que todas as famílias brasileiras estão passando por isso, com familiares”, relatou João.
Poucos foram os momentos em que Genival ficou desperto, segundo o filho. Conhecido pelo bom humor, ele chegou a descontrair no momento de sua internação. “Ele só brincou no momento em que foi socorrido para o hospital. Eu vinha muito rápido para socorrê-lo e ele ‘devagar, feladaput*'”, lembrou o filho do cantor, nostálgico.
“Não fique brincando e não diga que é somente uma gripezinha, porque não é. É uma coisa muito séria. Vamos se cuidar porque tem muitas famílias sofrendo”, acrescentou.
João aproveitou também para agradecer a solidariedade do público nos últimos dias: “A mensagem é de agradecimento a todo mundo. Ao povo brasileiro, à imprensa, todos os fãs, nesse momento tão difícil”.
Legado
O jeito simples e brincalhão são marcas que ficam do artista, na visão do filho. “O carinho que ele tinha pelo próximo, pelos amigos de trabalho, pelos músicos, pelo seu público. Ele sempre muito carinhoso com esse povo. A irreverência dele é o que mais marca o povo. A forma dele se apresentar, a camisa colorida, o chapéu, a percata. Ele ser nordestino. Meu pai era uma luz divina. Era o rei da munganga”, apontou.
Enterro na Paraíba
O corpo de Genival Lacerda saiu do hospital do Recife em um carro funerário por volta das 15h. Ele segue para Campina Grande, na Paraíba, cidade natal do cantor. Ele será sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em um jazigo da família, ao lado do túmulo de sua mãe, Severina Lacerda.
Não será feito velório, e sim uma cerimônia fechada com presença de alguns familiares. “Esses são os protocolos. Campina Grande parou, mas é realmente o povo que manda. Nesse momento não dá para dizer que vai ser só isso ou aquilo. A multidão de fãs é imensa e está nas mãos de Deus”, ponderou João Lacerda.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Uol