Na última quarta-feira, a estudante Zahra Fayola, de 17 anos, trocou as tranças afro que usava no cabelo por um penteado no estilo black power. No dia seguinte, porém, o novo estilo a fez ser vítima de racismo, sendo hostilizada e agredida dentro da escola católica onde cursa o 2º ano do Ensino Médio, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A informação foi divulgada pelo jornalista Ancelmo Gois, no Jornal O Globo.
Pai da adolescente, o advogado Marcelo Dias, presidente da comissão da Igualdade Racial da OAB-RJ, foi até a unidade, onde foi agendada uma reunião com os alunos envolvidos.
– Ela estava sentada no recreio quando alunos do 1º ano começaram a gritar e a rir dela. Tinha uma menina que apontava e dizia: ‘Olha o cabelo dela, olha a cor da pele dela’. Há seis anos, desde a criação da comissão, denunciamos o racismo na nossa sociedade, dentro dos presídios, dentro das universidades e das escolas. Vimos que é algo crescente e, dessa vez, pegou a filha de um militante da causa – lamentou Dias.
Ao saber do episódio, o advogado foi até a escola e, num encontro com representantes da unidade, ficou agendada uma reunião entre Zahra e os quatro alunos identificados como envolvidos no caso e seus respectivos pais. A ideia é discutir o racismo e promover também um desfile de moda afro, no próximo dia 16.
– O racismo deixa nossas crianças com dor de cabeça. O racismo mata a juventude negra. O racismo nos coisifica. O racismo teme nosso empoderamento. Racismo é crime. Reaja a violência racial – alertou o pai da menina.
Procurada pelo EXTRA, a diretora do IESA – Instituto de Educação Santo Antônio, onde Zahra estuda, informou que o trabalho de conscientização que já é feito com alunos será intensificado.
– Já conversamos com os alunos e vamos reuni-los na próxima semana. A ideia é que eles entendam que todos são irmãos e todos merecem respeito – disse a irmã Yeda Maria Dalcin.
Fonte: Extra