Existe uma parcela da população que diferentemente de muitos, não sente aquela insegurança ou ciúmes aos imaginar seu parceiro com outra pessoa. Ao contrário disso, essa parcela se realiza com a ideia de se ver o companheiro ou companheira tendo relações com outra pessoa. E ainda se excita com a possibilidade.
Existe um termo que é designado para os homens que têm fetiche de ser corno, é o Cuckold. Em 2020, o termo foi buscado 110 mil vezes, de acordo com uma pesquisa realizada pelo site Vivalocal, que mapeou os fetiches mais procurados pelos brasileiros na ferramenta de buscas. O fetiche ocupa o segundo lugar no ranking das buscas e só perde para BDSM.
O Hotwife também é outro termo bastante pesquisado. E nada mais é que a mulher que garante que os chifres aconteçam. E não para por aí. Nessa parceria também há a Cuckquean e o Hothusband.
Curioso para entender esses termos? A Pouca Vergonha ouviu um casal que vive esse relacionamento há pelo menos seis anos. E quem esclarece as nomenclaturas é Camila Voluptas, escritora e fundadora da maior sociedade secreta de swing do Brasil, e também adepta ao mundo liberal.
O fetiche do corno
De acordo com Camila Voluptas, escritora, fundadora da maior sociedade secreta de swing do Brasil, e também apresentadora do Sexlog TV, apesar de pouco falado, o Cuckold é mais comum do que se imagina: “Ele tem prazer em ver sua esposa interagindo sexualmente com outros homens, estando ou não na presença dele. Sua esposa é como a melhor estrela pornô. A satisfação dele é vê-la sentindo o máximo de prazer”, esclarece.
E há também uma nomenclatura para a mulher que sente o mesmo prazer de ver o marido interagindo com outras mulheres: “Ela é chamada de Cuckquean”, ensina.
Casamento perfeito: Cuckold e Hotwife
Todo Cuckold tem uma esposa para garantir a dinâmica do relacionamento. Um exemplo disso é o Casal Lover* que há seis anos vive nessa prática. Tudo começou com o intuito de sair da rotina do casamento de 10 anos: “A ideia era dar uma apimentada na relação, e a partir daí desejos e fantasias começaram a surgir”, conta a Hotwife.
O primeiro menáge do casal foi feminino: “Nunca me vi em uma situação de menáge masculino, mas era algo que estava adormecido dentro de mim só aguardando para ser despertado”, relata ela.
Após o marido incentivar as conversas com outros homens, despertou nela o desejo de ser uma Hotwife. “Hoje eu adoro que ele me assista tendo prazer com outros homens e claro ver a sensação de tesão e prazer no rosto dele”, confessa.
Regras do jogo
Para Camila, as regras da dinâmica devem ser estabelecidas pelo casal: “A maior regra no meio liberal é o respeito e o consenso. Cada casal define também as próprias regras, e ao contrário do que muitos pensam, somos muito fiéis a elas e a nossa relação”, esclarece.
Adepta do meio liberal, a escritora que convive com muitas hotwifes afirma que cada uma tem um próprio estilo. “O casal acaba decidindo qual é a vibe deles. Há aquelas que só fazem ménage masculino junto com o marido, aquelas que saem com os homens que o próprio marido escolhe, aquelas que saem com homens da própria escolha e enviam informações ou participam depois o marido”, relata.
Inserindo a dinâmica na relação
Falar sobre isso no casamento pode ser um desafio, de acordo com Camila. Isso porque o homem Cuckold tem bastante dificuldade de dividir o fetiche com a esposa já que a maioria mulheres leva um choque quando o homem revela que sente prazer de imaginar ela com outros parceiros.
“De início elas pensam que eles não a amam ou que estão fazendo isso para que eles possam fazer o mesmo. O que elas desconhecem é que um cuckold vê sua esposa como uma rainha, beirando inclusive o mundo da submissão no BDSM. Ela é o foco de prazer dele”, explica.
A dica para quem quer inserir a dinâmica, é definir se o casal está seguro, confia um no outro e se há diálogo e harmonia: “Outro passo importante é definir a personalidade liberal do casal. Perceber se eles pendem mais para trocas de casais e ménages, ou se querem fazer parte do universo cuck”.
*Nome fictício a pedido dos entrevistados.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba