Kamilla Covas nunca foi bailarina de formação, mas fez parte do corpo de balé do “Domingão do Faustão” durante cinco anos. Em janeiro de 2013, ela entrou numa lista de dispensa com mais sete colegas e, oficialmente, a saída delas acabou sendo divulgada como uma renovação. Hoje, no entanto, ela acredita que há outra razão.
“Quem aparece demais é demitida. Todas as meninas que saem muito na mídia por conta de trabalhos ou de polêmicas não demoram muito para serem dispensadas. É só fazer uma pesquisa, gente! Não preciso citar nomes e, hoje, eu tenho a consciência disso”, afirma a agora estudante de Odontologia, de 30 anos.”Eu tinha acabado de fazer um ensaio nu e estava com uma agenda lotada de entrevistas, eventos, desfiles e isso acabou incomodando a produção. Faustão é muito discreto e não gosta de ver o nome dele na mídia de jeito nenhum. Isso é sabido e fica bem claro para todo mundo que trabalha com ele.”
Procurada, a Globo informou que as mudanças fazem parte de uma renovação natural do quadro de bailarinas do “Domingão do Faustão”.
Mãe de Sofia, de quem estava grávida de três meses na época da dispensa, Kamilla nunca mais viu o apresentador e perdeu completamente o contato com as ex-colegas de palco. Também deixou de assistir com frequência o programa.
“Fui readmitida logo depois porque avisei sobre a gravidez. Não entrei na Justiça como outras meninas que alegaram assédio moral. Não sofri, mas eu mesma presenciei duas delas serem chamadas de ‘gordas’ por pessoas próximas ao apresentador. Fiquei seis meses de licença-maternidade, e não fui chamada de volta. Outras meninas voltaram depois de filhos. Por que eu não? Fiquei magoada”, assume.
“Existe uma panela das preferidas. Normal. Em todo lugar é assim.”
Kamilla começou no Faustão como figurante de plateia e, de tanto pedir uma oportunidade para o coreógrafo Sylvio Lemgruber , conseguiu fazer um teste para bailarina. Durante um ano, ela fez três, passou apenas no último e ainda ficou dois meses ensaiando as 60 coreografias antes de entrar ao vivo. Ela conta que sua experiência era quase nenhuma: apenas dois meses de aulas de dança de salão.
“Antes de eu entrar, a produção era mais rígida com a questão da formação. Quando eu entrei, eles abriram um pouco o grupo e os requisitos básicos eram saber dançar, mostrar energia e ser simpática. Entrei nessa cota”, entregou, aos risos, a ex-bailarina.
Salário baixo
Apesar de toda badalação que envolve a função, Kamilla revela que o salário não é lá grande coisa. Segundo ela, seu último salário líquido foi R$ 2.500. “Tínhamos todos os benefícios, claro, mas a remuneração mensal não era alta. Valia pena trabalhar lá pela exposição e a possibilidade de outros trabalhos como presenças VIP, desfiles e campanhas publicitárias, por exemplos. Eu ganhava em média R$ 1.000 por duas horas em um evento e o dobro para posar nos ensaios.”
Depois da saída da Globo, Kamilla ainda tentou trabalhar como modelo e assistente de palco de outros programas como o “Pânico” e “Programa do Sílvio Santos”. Paralelamente começou a pensar em uma carreira mais sólida e entrou primeiro para a faculdade de enfermagem, mas trocou por odontologia.
“Tenho me concentrado mais nos estudos e continuo fazendo, de vez em quando, alguns trabalhos como modelo. As pessoas ainda me reconhecem, bem menos agora do que da época que sai do Faustão. Graças a Deus, isso tem facilitado a minha vida. O que eu quero agora é trabalhar em uma novela na Record ou ser bailarina do Silvio Santos. Cheguei a fazer um teste, passei. mas não pude aceitar. Quero fazer alguns contatos e esperar ser chamada novamente. Na Record, você faz um teste e lá mesmo existe uma oficina. Seria ótimo”.
Fonte: UOL
Créditos: UOL