Após a coluna Na Mira revelar, com exclusividade, que ladrões russos investigados pela Polícia Federal compraram uma mansão, avaliada em R$ 10 milhões, da cantora Simone Mendes em um condomínio de luxo, em Fortaleza (CE), a equipe da artista se manifestou por meio de nota.
A RSS Produções artísticas e entretenimento, escritório responsável pelo gerenciamento de carreira da cantora, disse que a venda do imóvel “ocorreu de forma regular e dentro da legislação brasileira”. “A operação de venda fora intermediada por uma imobiliária local, jamais tendo a artista e seu marido qualquer contato pessoal e/ou presencial com os compradores”, acrescenta o texto.
A investigação contra os russos ocorreu no âmbito da Operação Brianski, deflagrada nesta terça-feira (27/2). Com os criminosos, os policiais federais apreenderam US$ 223.944 (equivalente a pouco mais de R$ 1 milhão na cotação atual), R$ 55 mil, relógios de luxo e celulares.
Segundo a Polícia Federal (PF), os russos se uniram a alguns brasileiros para lavar dinheiro oriundo de crimes praticados no exterior, mediante o uso de criptomoedas.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão — seis em Florianópolis (SC), dois em Goiânia (GO) e outros dois em Eusébio (CE). Em relação aos quatro principais investigados, foram decretadas diversas medidas, como monitoramento eletrônico e proibição de deixar o país e de transacionar criptoativos.
Fraude e roubo
As investigações tiveram início com a informação de que cidadãos russos teriam fixado residência em Florianópolis para usufruir de recursos oriundos de crimes supostamente praticados no país de origem.
Durante as apurações, os policiais descobriram que os principais investigados foram condenados na Rússia por crimes assemelhados a fraude e tentativa de roubo.
Após conseguirem se radicar no Brasil, os suspeitos passaram a integrar quadros societários de empresas e a adquirir bens móveis e imóveis, alguns deles por meio de vultosos pagamentos em espécie.
A PF ainda descobriu que a integralização dos recursos oriundos da lavagem de capitais foi operacionalizada por brasileiros que se utilizaram de empresas sediadas no estado de Goiás. As movimentações financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira tinham origem em transações de criptomoedas.
Nessas contas exchange, os criptoativos eram recebidos e convertidos em moeda nacional para posteriormente serem transferidos para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, de seus familiares e de suas empresas, bem como para a compra de bens imóveis de alto padrão e de automóveis de luxo, alguns deles registrados em nome de terceiros.
O crime investigado é o de lavagem de dinheiro, que prevê pena de até 10 anos de reclusão e multa.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba