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Envolvido na Lava-Jato por Odebrecht é presidente de comissão disciplinar do STJD

A propina teria sido acertada pelo então secretário de Governo do ex-governador preso Sérgio Cabral

presidente-de-comissao-stjdUm membro do STJD está neste momento depondo na Polícia Federal. Jonas Lopes de Carvalho Neto responde às suspeitas de que ele seria o responsável por receber malas de propina pagas pela Odebrecht para que seu pai, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do Rio, Jonas Lopes Júnior, aprovasse o edital de concessão do Maracanã. Neto é presidente da 5ª Comissão Disciplinar do STJD. Ele foi conduzido à PF coecitivamente na Operação Descontrole.

De acordo com a delação Leandro Azevedo, um dos executivos da empreiteira, Neto recebeu em seu escritório de advocacia no centro do Rio o pagamento de R$ 1 milhão referente à primeira parcela de um total de R$ 4 milhões de propina acertada pelo pai para a aprovação da concessão do estádio. O pagamento foi realizado, segundo a delação, em 10 de fevereiro de 2014.

A propina teria sido acertada pelo então secretário de Governo do ex-governador preso Sérgio Cabral, Wilson Carlos. Ele era um dos principais articuladores da concessão do estádio. Ele também está preso.

Conduta ilibada

Para ser membro do STJD, um dos requisitos é ter a “conduta ilibada”. Ainda é cedo, visto que o membro do órgão está sendo apenas ouvido para esclarecimentos, mas pessoas ouvidas pelo Blog afirmam que se ele for relacionado formalmente às atividades criminosas investigadas, pode ser suspenso do Tribunal.

Enquanto auditor, Neto atuou em pelo menos duas decisões polêmicas. Em 2012, foi responsável por punição a Ronaldinho Gaúcho quando o meia jogava pelo Atlético-MG. Punido com um jogo de suspensão, a ação foi motivada sem que o árbitro do jogo (contra o Grêmio) tivesse apontado o fato na súmula. Ao levantar o histórico do auditor, internautas revelaram que ele é torcedor do Flamengo, tendo feito posts contra Ronaldinho em momentos anteriores.

Relações cruzadas no Tribunal

O presidente do STJD à época era Flávio Zveiter que chegou a se manifestar à imprensa criticando a conduta do auditor. No entanto, o auditor escapou de punição. No Tribunal, comentava-se, na ocasião, que Neto era protegido por ser filho de Jonas Lopes, aliado de Luiz Zveiter, pai de Flávio e ex-presidente do orgão, função que só deixou por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde tramitam sete acusações contra ele.

Zveiter pai teve as contas da reforma dos prédios do Tribunal de Justiça do Rio, quando presidiu o TJRJ, analisadas pelo pai do auditor. Jonas Lopes Júnior também é investigado.

Ao site G1, o escritório de Jonas Neto disse que:

“Nada teme quanto a apuração e não atua no Tribunal de Contas do Estado”.

Fonte: MSN