MORTE

Empresário de Paulinha Abelha conta que notou comportamento diferente na cantora antes dela ser hospitalizada: "Não era comum"

Diassis Marques, empresário da banda Calcinha Preta, disse nesta sexta-feira (4) que os resultados de alguns exames que podem apontar a causa da morte de Paulinha Abelha ainda não estão prontos por conta de um atraso por parte do laboratório. A cantora morreu no dia 23 de fevereiro em Aracaju (SE), após 13 dias internada apresentando insuficiência renal.

“Tem alguns exames que foram feitos quando Paulinha ainda estava internada e são saíram os resultados. Pode ser que, através deles, os médicos consigam chegar a uma conclusão sobre o que provocou o agravamento do quadro dela. Até o momento, não se sabe o que causou tudo. Ela deu entrada no hospital com sintomas de mal-estar, por conta de algo que comeu e que teria caído mal. Mas no hospital foi detectada a insuficiência renal, que provocou os problemas hepático e neurológico. Temos esperança de que os resultados dos exames possam mostrar o que realmente aconteceu para que fiquemos mais tranquilos”, explicou.

Diassis falou sobre o que notou de diferente em Paulinha nos dias antes de ela passar mal e precisar ser hospitalizada. A banda Calcinha Preta tinha se apresentado em São Paulo antes de ela voltar para Aracaju, no dia 11 de fevereiro. “Nos últimos dias, percebemos que ela estava um pouco irritada, ela era totalmente zen. Em São Paulo, na quinta, ela me chamou e disse que estava cansada porque a banda ainda não tinha entrado no palco, e ela não era de fazer aquilo. Ela nunca reclamava de nada: de hotel, de viagem, nada! Nesses quatro anos que estou com a banda, ela nunca reclamou de nada. Pelo contrário! Ela brincava com as situações adversas”, recordou.

O empresário disse, contudo, que até a irritação dela era leve. “Hoje, conversando com os outros integrantes da banda e buscando explicação para o que aconteceu, percebemos que ela vinha meio irritada nos últimos dias, o que não era comum a ela. Só depois de se sentir mal que ela começou a falar que estava fraca. Disse que estava sem forças para viajar. Me pediu para remarcar o voo, porque estava cansada. Ela embarcou às 9 horas da noite em Congonhas, mandou um áudio para uma pessoa da nossa equipe dizendo que estava fraca e tonta, mas que já estava melhorando. Ela chegou em Aracaju na madrugada, dormiu e, quando acordou, comeu alguma coisinha no café e foi para o hospital dizendo que estava fraca e tonta. Falei com ela na quinta à noite, quando ela estava embarcando. E ela disse que já estava melhor e ia ao médico. Ela era sempre muito otimista e tinha muita fé em Deus”, lembrou.

HOMENAGENS E FAMÍLIA
Diassis contou que ele e os demais integrantes da banda – Bell Oliver, Silvânia Aquino e Daniel Diau – estão muito abatidos com a morte da cantora. “Estamos buscando forças e pedindo a Deus sabedoria para continuarmos levando o legado de Paulinha. Nunca a vi chorando, ela era sempre muito alegre, brincava e fazia todo mundo rir. Queremos continuar levando a alegria dela para o público. Retornaremos no dia 11 de março com um show em Mata Roma, MA. Vai ter uma homenagem para ela com certeza. Já mudamos a marca da banda, inserindo a abelhinha. E estamos plotando o ônibus da banda em homenagem a ela. Também vamos lançar o DVD que ela tinha gravado em Belém ainda este mês”, adiantou.

Questionado sobre os hábitos alimentares de Paulinha, Diassis explicou que a cantora era muito cuidadosa com a saúde. “Ela tinha acompanhamento com nutróloga, era assistida por médicos, e não se queixava de nada. Ela fez tratamento para engravidar. Em agosto chegou a ficar grávida, mas perdeu. Ela se cuidava como qualquer mulher. Mas não se privava de nada. Gostava de comer, dizia que ia estourar. Falava assim: ‘vou comer e amanhã malho’. Mas ela não era obcecada. Em 2020, quando fomos gravar o DVD, ela falou: ‘vou me cuidar para chegar no DVD em forma’. No dia a dia ela tinha uma alimentação normal”, afirmou.

Ele lembrou que, apesar de não ser obcecada com a boa forma, Paulinha se preocupava com a imagem. “Algumas vezes, do nada, ela falava para mim: ‘quero lher pedir uma coisa, não me abandona!’ E eu dizia: ‘você não confia em mim?’ Ela falava assim: ‘pode acontecer alguma coisa, eu engravidar e engordar’. Também tinha o pai dela naquela situação. O pai dela mora na casa dela, ela que cuidava dele. Ela se preocupava muito com a família. Teve um pastor que até falou que Paulinha queria tanto ser mãe, mas não tinha percebido que era a mãe do próprio pai. Nas viagens, ela ficava ligando toda hora para a cuidadora para saber como o pai estava”, afirmou.

Diassis contou que o pai de Paulinha, Gilson Santos Nascimento, conhecido como Abelha, de 66 anos, ainda não sabe sobre a morte da filha. Ele tem uma doença degenerativa e mora na casa da cantora, em Aracaju, onde é assistido por um home care. “Acredito que a família não vai falar para ele. Acho que ele não resistiria. Acredito que ele já está sentindo porque ela não passava tantos dias sem vê-lo. A irmã de Paulinha falou ao pai que ela estava no hospital, e ele ficou agitado e teve febre. Então os médicos e o Clevinho [viúvo da cantora] decidiram não falar”, disse.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Quem Acontece