Em Portugal milhares apoiam abaixo-assinado contra país abrigar refugiados

A disposição de Portugal em acolher uma parte dos refugiados que se amontoam nas fronteiras europeias é contestada por diferentes iniciativas populares que reuniram milhares de assinaturas contrárias à recepção destes imigrantes.

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Lisboa, 8 set (EFE).- A disposição de Portugal em acolher uma parte dos refugiados que se amontoam nas fronteiras europeias é contestada por diferentes iniciativas populares que reuniram milhares de assinaturas contrárias à recepção destes imigrantes. Enquanto o governo português, conservador, e o chefe do Estado, Aníbal Cavaco Silva, se mostraram favoráveis a prestar socorro, um pedido público organizado pela internet batizado de “Não aos refugiados em Portugal” se aproximava nesta terça-feira das 10 mil assinaturas.

Outro pedido lançado na mesma plataforma e de conteúdo semelhantes, em que seus promotores argumentam a delicada situação econômica e social do país, superava também as seis mil assinaturas. “Não é justo, e inclusive é uma afronta para os portugueses que vivem miseravelmente e para aqueles que vivem carregados de vários impostos”, afirma o texto, que lembra que o país precisou de um resgate financeiro, aprovou severas medidas de austeridade e viu emigrar centenas de milhares de compatriotas nos últimos anos.

A popularidade destes pedidos se refletiu também nas redes sociais, especialmente no Facebook, onde vídeos e imagens contrários à Europa dar asilo as refugiados registraram milhares de “curtidas e centenas de comentários. Já uma iniciativa semelhante colocada na mesma plataforma online para recolher assinaturas tinha apenas dois mil apoios até o momento. O governo de Portugal – país de 10,5 milhões de habitantes – previu receber cerca de 1.500 refugiados, número que semana passada se mostrou disposto a elevar, assim como os outros países da UE. Ontem o presidente português, Pedro Passos Coelho declarou que seu país deve receber uma parte destes imigrantes, a maioria vindos de países em conflito no Oriente Médio, mas sempre “dentro de suas possibilidades”.

A menos de um mês para as eleições gerais, o tema se tornou central na pré-campanha, e o líder da oposição, o socialista António Costa, afirmou que Portugal pode oferecer trabalho no setor da agricultura a uma parte dos refugiados que se amontoam nas fronteiras europeias, o que, segundo ele, ajudaria ainda a combater o despovoamento do interior. Em nível político, todas as formações com cadeiras no parlamento português se mostraram a favor de prestar socorro a estes imigrantes. EFE otp/cd