É verdade esse “bilete”! Um comunicado enviado aos pais de alunos de uma escola particular na Vila Buritis, na cidade de Planaltina (DF), está chamando a atenção na internet nesta sexta-feira (21/9). No texto, a coordenação pedagógica da instituição pede para que os responsáveis evitem deixá-los ter acesso a vídeos como os publicados pelo youtuber Felipe Neto.
Logo no início do comunicado, é destacado que o influenciador é um “fenômeno da internet”, mas que trata de diversos temas, alguns bastante agressivos, que acabam influenciando as crianças e adolescentes negativamente. “Pedimos às famílias que fiquem atentas ao material acessado e visualizado pelas crianças”, destaca imagem do bilhete que foi compartilhada no Twitter pela tia de um dos alunos.
e a minha sobrinha que recebeu bilhetinho da escola falando pra não assistir os vídeos do felipe neto llkkkkkkkkkk pic.twitter.com/XJJ7lEqxdP
— marina (@marinag0mes) 19 de setembro de 2018
A coordenadora pedagógica do Centro Educacional Delta, Lisane Pereira, confirmou que o bilhete foi entregue aos alunos da Educação Infantil e do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental, como uma forma de orientação para os pais e responsáveis. Ela destacou que é comum hoje os adultos passarem grande parte do tempo ocupados com as obrigações no trabalho, e os filhos, na maioria dos casos, não são acompanhados sobre o conteúdo que acessam na web.
“Recebemos aqui muitos pais angustiados, sem saber o que fazer para mudar o mau comportamento dos filhos. Muitos ficam horas buscando distração na internet, trocam o dia pela noite e não rendem na escola”, explicou.
A educadora comentou que, em alguns casos, as alterações comportamentais ocorrem radicalmente e sempre associadas a padrões que eles “copiam” da internet, como desafios que se tornaram populares nos últimos tempo. “Algumas crianças com histórico exemplar se tornaram agressivas por acharem bonitas as atitudes desse tipo de influenciadores. E é preocupante ver isso ocorrer com crianças pequenas, pois é muito mais difícil controlá-las depois”, lamentou.
No Twitter, onde o bilhete foi publicado, muitos internautas elogiaram a atitude da escola, concordando que o famoso pode ser uma má influência em alguns casos. “Ele e o irmão dele são más influências. Fica de olho. Um dia sua sobrinha está de boa e, no outro, está espalhando Nutella na banheira”, recomendou um deles. “Minha priminha tem 7 anos e vive vendo os irmãos Neto. Eu tô há meses procurando um modo de intervir sem que a minha prima comece a me odiar”, lamentou outro.
Na minha casa estamos tentando policiar mas ra complicado.
— Fernanda Rocha (@nandasrocha_) 21 de setembro de 2018
O comediante, que tem mais de 25 milhões de seguidores no Youtube, postou a imagem do comunicado em sua conta no Instagram, criticando a ação da coordenação. Cerca de uma hora depois da publicação, milhares de comentários surgiram em defesa de Felipe Neto, incluindo de pais que dizem curtir o conteúdo também. “Eu acho que eles, tanto Felipe quanto Lucas, não têm culpa. Os pais é que têm que impor limites. Minha filha ama o Lucas, mas ela só vê após as tarefas feitas, e assiste ao meu lado”, argumentou uma seguidora.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do youtuber, que prefere não comentar o caso.
Que satisfação! Queria que minha irmãzinha estudasse em uma escola dessas. pic.twitter.com/mxh2AjUAZu
— Matheus Gabriel (@Matheus20gabe) 21 de setembro de 2018
Leia a íntegra do comunicado da escola:
Senhores Pais e Responsáveis,
O ator, comediante e youtuber Felipe Neto virou um dos fenômenos da internet. Possui mais de 20 milhões de seguidores e trata de diversos temas, alguns bastante agressivos.
Estamos enfrentando realidades trágicas, devido ao uso desequilibrado de viodeogames e aos encantamentos provocados pelos youtubers, nos mundos virtuais, dos jogos eletrônicos, da idolatria em torno dos famosos da tecnologia, embora sem nenhum conteúdo.
Pedimos às famílias que fiquem atentas ao material acessado e visualizado pelas crianças. A escola é coadjuvante nesse processo e realizará as devidas intervenções, se necessário for.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Jacqueline Silva