Nesta quinta-feira (28) é comemorado o Dia do Orgulho LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e outros grupos minorizados). A data marca um episódio ocorrido em Nova York, em 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn reagiram a uma série de batidas policiais realizadas com frequência no local, motivadas pela intolerância. No ano seguinte, o 28 de junho foi escolhido para ser o dia da primeira parada gay dos Estados Unidos, que inspirou outras mundo afora – e a data ficou conhecida como dia de luta contra o preconceito.
O Dia do Orgulho Gay também é um reforço para lembrar a todos os gays, lésbicas, bissexuais e pessoas de outras identidades de gênero, que todos devem se orgulhar de sua sexualidade e não sentir vergonha da sua orientação sexual.
Declarar-se abertamente gay, lésbica, bissexual ou transexual para os pais, a família, amigos e colegas em escolas ou no trabalho pode ser um desafio complexo no Brasil, onde o assunto é tema de debates acalorados e onde ainda existe muito preconceito.
A estudante Emmily França de 23 anos, conta que seus pais descobriram por meio de um membro da família que ela era lésbica, na época a estudante tinha 18 anos e conta que a reação de seu pai foi de “extremo preconceito” .
“Meu pai disse que preferia uma filha marginal, prostituta, drogada do que sapatão, ele me disse que acabei com a família, sai de casa e fui morar sozinha, foi um momento muito difícil, a minha família sempre foi muito preconceituosa.
Emmily conta que a falta de respeito da sociedade é tão dificil quanto o preconceito e indiferança da familia.
“A falta de respeito. Essa é a principal dificuldade. O respeito é a base de qualquer relação. Da afetiva à social. A violência não é apenas quando um gay, lesbica, tarvesti é agredida na rua. Esse é o cúmulo, o absurdo, o ápice da violência. Mas o princípio da violência é o desrespeito pelo que é diferente. Eu me sinto agredida quando quero ser uma cidadã e doar sangue e não posso. Quando vejo gente precisando de medula e sou proibida de fazer doação. E me sinto desrespeitada quando, apesar de ser proibida disso e de tantas outras coisas mais, me cobram impostos. Declaro imposto de renda. Pago minhas contas”.
A estudante conta que hoje conseguiu a aceitação e respeito de seus pais. “meus pais já respeitam bastante a minha orientação sexual, uma coisa inedita que aconteceu, já que a familia semprte foi bastante preconceituosa.
Então, nesse dia 28 de junho, devemos ter a consciência de que não importa se uma pessoa é heterossexual, homossexual, bissexual, transgênero, travesti ou intersex, o importante é ser respeitada como um ser humano e ter todos os seus direitos garantidos.
Confira quatro vitórias conquistadas pelos LGBT+ brasileiros nos últimos vinte anos:
1. Casamento gay
Dois anos depois, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu a Resolução 175, proibindo que cartórios de todo o Brasil se recusem a celebrar casamentos de casais homossexuais ou deixem de converter em casamento a união estável homoafetiva, um importante ganho para os LGBT+. Desde então, 15.000 uniões homossexuais foram registradas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
2. Adoção por casais homoafetivos
Em 2015, o STF negou o pedido do Ministério Público do Paraná para anular a adoção de uma criança com menos 12 anos por um casal do mesmo sexo, sob a alegação de que eles não teriam uma união estável. A ação foi determinante para criar jurisprudência permitindo a adoção por homossexuais em território nacional.
3. Mudança de nome civil e social
Em maio deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que um transexual pode mudar o sexo registrado em sua identidade civil sem necessidade de realizar a cirurgia. Há pelo menos duas ações semelhantes tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF).
4.Cirurgia de mudança de sexo e de reprodução assistida feita pelo SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a cirurgia de mudança de redesignação sexual de homem para mulher desde 2008 e de mulher para homem desde 2013. Além dos procedimentos, o SUS também oferta acompanhamento ambulatorial com equipe multiprofissional, incluindo psicólogos, como parte do tratamento.
Frases sobre o Orgulho Gay
Se a homossexualidade é uma doença, então deveríamos avisar diariamente no trabalho: Oi. Não posso trabalhar hoje, ainda estou gay. Robin Tyler
Por que é que, culturalmente, nós nos sentimos mais confortáveis vendo dois homens segurando armas do que dando as mãos? Ernest Gaines
Deus é meu pastor e ele sabe que eu sou gay. Rev. Troy Perry
É isso. Eu sou gay e isso é parte de mim, é o que eu sou. A gente tem que gostar da gente exatamente assim, não por ser gay ou hétero, mas por ser humano.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba