Sendo celebrada desde 1763, a procissão da penha, desde a sua primeira edição, é considerada uma festa tradicional em João Pessoa, onde fiéis se reúnem para louvar Nossa Senhora da Penha por graças alcançadas. Em 2024, será a 261ª ocasião em que o evento irá proporcionar a experiência de fé, quando pessoas de outras regiões do Brasil viajam para o litoral paraibano afim de participar.
História da capela
Liderando uma embarcação que saiu rumo à Europa, o português Sílvio Siqueira, em 1763, enfrentou, junto de sua tripulação, uma tormenta no litoral paraibano. Em meio ao caos, o capitão do navio chamou seus companheiros e pediu proteção para Nossa Senhora da Penha.
Caso chegassem na margem mais próxima em segurança, ergueria uma ermida em sua honra e memória. Logo depois, ele e seus homens desembarcaram na Praia de Aratú, também conhecida como Praia da Penha.
Dessa forma, cumprindo sua promessa, a capela foi construída. Além disso, esta é a terceira capela em todo o Brasil construída para Nossa Senhora da Penha. A primeira, erguida no estado do Espírito Santo, teve sua construção finalizada entre os anos de 1558 e 1570.
Por fim, a segunda, está no Rio de Janeiro e finalizou sua obra em 1635, quando o capitão Baltazar Abrel Cardoso decretou a inauguração.
História da Romaria
Nos primeiros anos de realização, o percurso da romaria tinha como referência a estrada que levou o mesmo nome do Santuário (Estrada da Penha), construída juntamente com o Santuário da Capela da Penha.
Com o passar do tempo, 177 anos depois, os romeiros contavam com um importante ponto de apoio, a Fazenda Cabelo, local que ainda existe na estrada que leva ao santuário.
Esse espaço, criado em 1940 pelo Ministério da Agricultura, era muito frequentado pelo Padre José Coutinho (Padre Zé) nos anos 50. Suas obras sociais, destinadas aos menos favorecidos, se dispôs da ajuda do administrador, Sr. Manoel Rodrigues Chaves que também era devoto da Santa.
Atualmente, uma carreata leva a imagem de Nossa Senhora da Penha até a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no Centro Histórico de João Pessoa. De lá, os fiéis conduzem a santa de volta ao santuário.
Através de lei estadual, o Governador João Azevêdo, em 2019, determinou a Romaria da Penha como Patrimônio Cultural Imaterial de João Pessoa. Acima de tudo, a caminhada, que conta com 14 quilômetros de trajeto, reúne, em média, mais de meio milhão de pessoas.
Importante ressaltar, que não são apenas os fiéis católicos que frequentam a caminhada, mas também, grupos de outras religiões, a exemplo de matrizes africanas. Dessa forma, acaba unindo os cidadãos de João Pessoa como um todo.