"Funk é realidade brasileira"

"Criminalizar o funk é criminalizar a indústria da cultura", diz Romário

Para o senador Romário, o funk carioca dá visibilidade a uma realidade brasileira que todos preferem fingir que não existe. E, segundo ele, o preconceito contra o funk tem a mesma raiz do preconceito que o samba já sofreu. A opinião do ex-jogador de futebol sobre o funk é relevante: ele foi escolhido para ser o relator de uma ideia legislativa que pretende criminalizar o gênero musical.

Para o senador Romário, o funk carioca dá visibilidade a uma realidade brasileira que todos preferem fingir que não existe. E, segundo ele, o preconceito contra o funk tem a mesma raiz do preconceito que o samba já sofreu. A opinião do ex-jogador de futebol sobre o funk é relevante: ele foi escolhido para ser o relator de uma ideia legislativa que pretende criminalizar o gênero musical.

Em entrevista por e-mail ao UOL, Romário lembrou que o artigo 5º da Constituição Federal garante o direito de livre manifestação de pensamento. “Não há como defender isso [sobre criminalizar o funk]”, disse.

No texto descritivo da ideia, seu autor, o empresário paulista Marcelo Alonso, escreve: “São somente [o funk] um recrutamento organizado nas redes sociais por e para atender criminosos, estupradores e pedófilos a prática de crime contra a criança e o adolescente, venda e consumo de álcool e drogas, agenciamento, orgia, exploração sexual, estupro e sexo grupal” (sic).

Qualquer pessoa pode sugerir uma ideia de lei no site do Senado e, caso consiga reunir mais de 20 mil assinaturas em até quatro meses, um senador é designado para relatá-la. Caso a proposta seja considerada constituicional, pode até virar lei.

Mesmo contra a proposta, Romário quer promover um debate sobre liberdade de expressão no Senado. “Temos a oportunidade de falar sobre cultura, educação, democracia e preconceito. Não acho que seja viável se proibir qualquer  musical, especialmente o funk, que é na verdade um movimento das favelas, da periferia”.

Para isso, ele deverá convocar para falar no Senado artistas como Anitta, MC Marcinho, Cidinho e Doca, MC Koringa, MC Bob Rum, Valesca Popozuda, Bochecha e Tati Quebra Barraco.

Fonte: Uol