Renato Siqueira de Castro, de 15 anos, quer salvar vidas. Por isso, decidiu ser bombeiro. O caminho até lá é longo, mas o primeiro passo ele deu: voltou à escola depois de quase um ano afastado. Isso, no entanto, só aconteceu depois que o rapaz conheceu os heróis negros do filme “Pantera Negra”.
“Foi o Pantera Negra que me fez voltar a estudar. Sem a escola eu não consigo nada. Parei e pensei: Pô, melhor eu voltar a estudar”, diz.
O menino vive no Parque das Missões, favela espremida entre a Linha Vermelha e o poluído Rio Pavuna, em Duque de Caxias. Quando tinha 11 anos, viu o barraco da mãe pegar fogo e a família ser salva por bombeiros. Nascia ali a admiração pela profissão.
“Eu quero salvar vidas”.
Renato deixou a casa do pai por cauda de brigas com a irmã e alugou um barraco por R$ 130 por mês. Para conseguir o dinheiro, ia todo dia para a Central do Brasil engraxar sapatos. Ouviu de muitos clientes que o ideal era voltar para escola, mas foi só depois de ver o filme que tomou essa decisão.
“Pensei nisso quando vi o Pantera Negra ter que virar rei depois que o pai morreu. Ele achou que não ia conseguir. Mas ele tinha estudo e conseguiu”, conta.
O filme “Pantera Negra” foi celebrado por ter o primeiro herói negro como protagonista da Marvel. Movimentos sociais se organizaram para levar jovens da periferia aos cinemas conhecerem a história. Foi o que aconteceu com Renato, no projeto “Apadrinhe um sorriso”, que aposta no desenvolvimento das crianças de comunidade através da cultura. O resultado é que o menino agora está cursando o 7º ano do Colégio estadual Vila Operária.
“Esse colégio é melhor. Não tem bagunça. Eu também fazia bagunça na antiga escola. Mas é aquela coisa: Todo mundo fazia e eu fazia. Agora todo mundo se comporta e eu também”, diz.
Fonte: Extra
Créditos: Extra