“A polução noturna é coisa do diabo”
Só bruxas tinham clitóris”
Em 1593, um inquisidor médico relatou a existência do órgão pela primeira vez ao investigar o corpo de uma mulher acusada de bruxaria. Ele o descreveu como o “bico do seio do diabo” e, a partir de então, sempre que algum inquisidor o “encontrava”, dizia que a proprietária tinha ligação com feitiçaria. Ao longo da Idade Média, o clitóris ainda foi acusado de ser responsável pela orientação sexual das lésbicas, pela cegueira e pelo desequilíbrio mental.
“Mulher que faz muito sexo anda de pernas abertas”
Essa crença super machista e preconceituosa era bem difundida no início do século passado para assustar as moças e reprimir sua liberdade. Ter vida sexual ativa não deixa marcas no corpo, como pernas arqueadas ou quadris largos.
“Masturbação provoca loucura”
Até o início do século XX, muita gente – inclusive da comunidade médica – defendia essa tese, embasada pelas teorias do suíço Samuel Auguste David Tissot (1728-1797) que escreveu um longo trabalho condenando o prazer solo. Durante muito tempo, os médicos europeus atribuíam os mais bizarros sintomas à prática, como o surgimento de espinhas, crescimento de pelos nas mãos, debilidade, dores de cabeça, espasmos e até deterioração da medula espinhal.
“Só mulher vulgar usa vibrador”
Essa ideia dominou os Anos 1950, quando a figura de “Rainha do Lar” – a dona de casa que amava a família e as tarefas domésticas – era o ideal vigente e qualquer alusão ao prazer feminino sofria condenações. Felizmente, a Revolução Sexual dos anos 1960 fez surgir vários sex shops e jogou luz sobre o orgasmo das mulheres. Hoje, sabe-se que o sex toy é um acessório não só de empoderamento, mas funcional em prol da saúde, também, ajudando na lubrificação, combatendo a atrofia vaginal e atenuando vários sintomas da menopausa.
“Homem gosta mais de sexo do que mulher”
Mais uma mentira deslavada! O tesão é o mesmo para os dois. O que acontece é que, ao longo da História, culturalmente, os homens sempre tiveram maior incentivo para demonstrar seus desejos e se sentir à vontade para falar do assunto – ao contrário das mulheres, educadas a reprimir seus instintos e a associar libido e caráter.
Apenas as doidas gozam
Durante muito tempo, a Igreja Católica foi responsável por perpetuar as normas que regiam o comportamento dos fiéis na cama. Sexo devia servir somente para a procriação e, portanto, devia ser algo vapt-vupt: sem prazer, sem preliminares, sem beijos na boca, sem carícias, sem posições mirabolantes. As mulheres que, mesmo em condições tão deprimentes, conseguiam atingir o clímax não podiam demonstrar muita empolgação, sob o risco de serem consideradas loucas ou vadias. No século XIX, as garotas eram orientadas a se “controlarem” no leito depois de se casarem. Pura hipocrisia, já que os maridos procuravam as “descontroladas” nos bordéis e nas ruas.
“Homens cisgênero engravidam”
Essa fake news foi disseminada pelo clero cristão durante a Era Medieval, a fim de controlar a luxúria dos fiéis – se pensassem muito em besteira, sobrava pouco tempo e dedicação à oração. Segundo os boatos propagados pela Igreja, com exceção da chamada papai-mamãe, todas as demais formas de transar eram tidas como antinaturais e, portanto, dignas de proibição. Se a mulher ficasse por cima do parceiro durante o sexo, o homem corria o risco de engravidar. Já se ela se colocasse de quatro para ser penetrada, podia virar uma égua.
“Menstruação é tóxica”
Outro mito da Idade Média – sim, tudo indica que a galera desse momento histórico tinha sérios problemas com a sexualidade, pelo menos da porta da fora – é que transar com uma mulher menstruada fazia queimar a pele do pênis. Muitos homens achavam que a menstruação era nociva ao ponto de azedar o vinho, estragar as colheitas e enlouquecer os animais. Como não havia calcinhas muito menos absorventes na época, as moças enrolavam panos e prendiam de maneira a segurar o sangue – porém, é claro que volta e meia um desses tampões caía no chão e causava horror e pânico ao redor.
“Se não sangrou, não era virgem”
Nem toda garota apresenta sangramento quando transa pela primeira vez. O sangramento ocorre por causa do rompimento do hímen, membrana que fica na entrada da vagina. Dependendo da forma e do local que ela é rompida, há um sangramento mais ou menos intenso. E mais: sentir dor durante a primeira experiência também varia de mulher para mulher, pois trata-se de um fator que tem a ver com a parte emocional e com a lubrificação vaginal.
Fonte: UOL
Créditos: UOL