Em qualquer bar, se você chamar o garçom e pedir uma caiPIROCA, vão achar que você não tem mais condições de ingerir bebidas alcóolicas. Ou, no mínimo, que acordou ~gozadinho~. No Valen, em Porto Alegre, ninguém corre esse risco: o drinque está descrito assim no cardápio. Tudo por ali, da decoração à gastronomia, penetra no universo do erotismo de um jeito bem-humorado. “Sexy sem ser vulgar”, define Alexandre Godoy, um dos proprietários do negócio. Você não vai encontrar casais em demonstrações explícitas do Kama Sutra…
Um ano antes, durante uma viagem à Europa com amigos, ele confessou que adoraria abrir um bar erótico. A reação, óbvio, foi de espanto. Bem parecida com a polêmica gerada na inauguração do Valen em 2013. “Como assim? Rola sexo? ”, desconfiaram. A explicação deve ter brochadouma galera… Não, não rola (rôla). O máximo que você pode comer lá dentro é uma vagina – de açúcar, enfeite de cupcake. É um espaço temático para se divertir, se inspirar e conversar sobre intimidade/sacanagem. Funciona como umesquenta.
Godoy e seus três sócios, quando apresentados a desconhecidos como donos de um bar erótico, cansaram de ouvir: “Ah, são donos de puteiro?” ou “Vocês têm uma balada de swing?”. No Brasil, não existe uma proposta do gênero (nem no mundo, dizem eles). A pegada irreverente do Valen tenta tirar os clientes da zona de conforto, convidando-os a viver uma experiência libertadora e ampliar o repertório sexual. “Nossa missão é fazer as pessoas falarem mais e melhor sobre sexo e relacionamento através de cultura, entretenimento e gastronomia”, afirma Godoy. Ao contrário do que se possa imaginar, 65% do público frequentador é composto por mulheres. E lota de casais também. O Valen deve ter, em breve, filiais em outras capitais.
A decoração:
O estilo remete à efervescência de cidades como Berlim e Nova York, com lounges e neon. Televisões verticais simulam em vídeo as vitrines daRed Light District, bairro de Amsterdã famoso por seus bordéis. Papeis de parede trazem ilustrações sugestivas de peitos e pênis, uma cortina de algemas separa os ambientes, coleções de pôsters de filmes eróticos da década de 1960, abajur em forma de pernas sensuais… Nas mesas, o jogo americano vem com desenhos de posições sexuais para estimular a criatividade.
A gastronomia:
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O cardápio é dividido entre as Rapidinhas (petiscos), as Preliminares (entradas), a Hora H (pratos principais) e o Cigarrinho (sobremesas). Ingredientes e combinações afrodisíacas, a exemplo do Frango Teriyaki: iscas de frango grelhadas com molho de ostras (a alta concentração de zinco elevaria a testosterona) e farofinha crocante de amendoim (considerado um “viagra natural” na gastronomia tupiniquim). Cupcakes eróticos também.
O bar:
Além da caiPIROCA, a carta de bebidas tem opções de drinques inusitados com ervas e elementos secretos baseados em conceitos de mixologia molecular. Sabe aquelas técnicas que transformam, por exemplo, uma mistura líquida em sólido? Então, lá tem bebidas alcoólicas em formato de vulvas e pênis.
As interações:
O Valen propõe algumas brincadeiras para animar o papo dos clientes. Eles podem escrever nos guardanapos seus Segredos Sexuais, anonimamente, e depositar numa urna. Depois de uma triagem, as mensagens aparecem em televisões do bar. Há uma cabine fotográfica em que você pode se trancar e tirar uma foto da calcinha ou cueca que estiver usando – a câmera fica posicionada abaixo da cintura, portanto o rosto não é identificado. Essas imagens ficam passando em monitores dentro dos banheiros. Além disso, circula uma boneca inflável pelo salão e são distribuídos certificados de safadeza.
Créditos: BLOG NA PIMENTARIA
