Premiadíssimo

Com participação de Dilma, documentário sobre presas políticas será exibido no Festa Aruanda: VEJA VÍDEO

A ex presidente Dilma faz parte do Doc já premiado nos Festivais de Brasília e no Festival internacional de São Paulo.

Torre das donzelas cuja direção é assinada por Susanna Lira, conta os horrores da ditadura militar sob o ponto de vistas das mulheres torturadas. A ex presidente Dilma faz parte do Doc já premiado nos Festivais de Brasília e no Festival internacional de São Paulo.

O documentário será exibido no Fest Aruanda

O Fest é o maior evento cinematográfico da Paraíba e acontece entre os dias 6 e 12 de dezembro, no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa. A data e horário da exibição do doc ainda não foram divulgados pela direção do festival.

Confira a entrevista  com  a diretora Susanna Lira:

O desejo de contar a história da redemocratização brasileira sob a pouca explorada ótica feminina foi um dos motores da diretora para a realização do longa. “Sempre me chamou a atenção o fato de falarmos sobre os homens que lutaram contra o regime e o papel das mulheres estar sempre relegado a algo menor, sem muita importância”, afirma a diretora.

De acordo com a cineasta, a falta de documentos e o difícil acesso às informações representaram um grande obstáculo para as pesquisas, iniciadas em 2011. Por esse motivo, os pilares da obra são os arquivos da Comissão da Verdade, na medida em que eram liberados, e, claro, as entrevistas com as ex-detentas.

“Levei um tempo até ter coragem de abordar a Rita Sipahi, conselheira da Comissão de Anistia e ex-prisioneira da Torre. Ela me recebeu e entendeu minhas motivações para realizar o documentário e pouco a pouco foi me levando a outras companheiras”, relembra a documentarista.

Mesmo com a ajuda de Sipahi, não foi fácil conseguir a confiança das ex-militantes no início. “São mulheres de personalidade muito forte e que me questionaram muito ao longo do processo. Mas nesses anos, ganhei a confiança delas a ponto de receber uma colaboração surpreendente para o filme. Ele é feito inteiramente com elas e experimentar isso foi a melhor parte da história”, explica.

Para a cineasta, falar sobre os horrores da ditadura militar em tempos tão sombrios é mais que necessário, mas urgente. “Eu quero crer que essas pessoas que hoje pedem a volta do regime militar não fazem a menor ideia do que realmente foi viver num regime ditatorial, e, nesse sentido, espero que nosso documentário preste alguns esclarecimentos à essa nova geração sobre tudo que vivemos”, considera Susanna.

Segundo a diretora, um dos sentimentos compartilhados por todas as presas políticas é a sensação de libertação após romper o silêncio de 45 anos e fazer revelações sobre fatos que ainda são feridas abertas para essas mulheres, e, ainda hoje, para o Brasil.

A existência de uma prisão política feminina cuja arquitetura remetia a algo medieval já é chocante. São histórias de uma potência inimaginável. Elas viveram e fizeram uma outra revolução naquele lugar. Transformaram a prisão e burlaram a condição de estarem presas de forma muito resiliente. Eu penso no preço que essas mulheres pagaram para que houvesse uma democracia. De fato foi muito alto. E o que mais me comove é que a maioria delas faria tudo novamente se fosse necessário
Susanna Lira, diretora

Fonte: Polêmica Paraíba / Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba / Metrópoles