Colisão entre trem e ônibus foi causada por 'imprudência do motorista e alta velocidade' diz investigação

O perito oficial criminal da Polícia Civil, Robson Mamedes, um dos responsáveis pela perícia, confirmou que o trem estava acima da velocidade. “Constatamos que o trem estava acima da velocidade permitida para aquele trecho. O transporte estava 68% acima da velocidade permitida para a passagem de nível”, disse. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT), a velocidade regulamentar é de 25km/h em zona urbana e 15km/h em passagem de nível, e as investigações constataram que o trem estava a 42km/h. “Se o trem estivesse na velocidade regular, ele teria condições de parar e evitar o acidente”, concluiu o perito.

O também perito oficial criminal, Lucio Flávio Arruda, informou que a locomotiva estava com o velocímetro inoperante e os freios de emergências em condições inadequadas. Apesar do maquinista não saber a velocidade, o delegado Everaldo Medeiros, da 6ª Delegacia Distrital de Santa Rita, que apresentou os resultados da investigação, disse que este fator não minimiza a conduta dos maquinistas. Inclusive, porque durante as investigações, um dos maquinistas revelou ter conhecimento do velocímetro danificado.

Sobre os outros veículos, uma moto e dois carros que interromperam a passagem do ônibus, Arruda disse que os condutores desses veículos não foram identificados pelas câmeras de segurança utiliizadas na investigação. “Eles não foram identificados pelas câmeras de segurança, porém, contribuíram de forma direta para que o evento ocorresse. Poderíamos identificá-los de outras formas, como fotografias”, finalizou.

O motorista do ônibus e os maquinistas da locomotiva vão ser indiciados por homicídio culposo e lesão corporal. João Batista da Silva, motorista do ônibus, foi indiciado com base no Código Penal e Código de Trânsito Brasileiro, e Ismael Alves de Campos e Sílvio Noberto Veríssimo, maquinistas da locomotiva, foram indiciados com base no Código Penal. Todos vão responder em liberdade, já que a polícia não constatou motivos para pedir a prisão.

O delegado Everaldo Medeiros informou que o inquérito será encaminhado para a Justiça na próxima semana. “No caso da prefeitura, responsável por organizar o trânsito no local, na esfera cível, cabe ao Ministério Público da Paraíba tomar algumas atitudes em relação a isso. Quanto a empresa do ônibus também”, concluiu o delegado.

Procurada pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, a Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) informou que só vai se posicionar sobre o caso quando tiver acesso ao laudo da investigação.