O preservativo foi desenvolvido em conjunto por pesquisadores indianos e norte-americanos. Segundo a equipe, a nova camisinha fará com que as pessoas queiram usar a proteção, em vez de simplesmente adotá-la por razões de segurança de saúde ou para evitar gravidez. Saiba mais:
O preservativo foi desenvolvido no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e financiado pela Fundação Bill Gates, informa reportagem da agência BBC Brasil. Segundo Mahua Choudhury, pesquisadora do centro, a ideia era criar um produto que protegesse o usuário e também ajudasse a aumentar o prazer durante o relacionamento sexual.
A nova camisinha tem uma substância gelatinosa reforçada com antioxidantes que atacam o vírus HIV caso ocorra um rompimento do preservativo, disse Choudhury.
Mas esses antioxidantes “também estimulam as terminações nervosas e, por isso, geram maior prazer”, acrescentou a cientista.
Resistência
Choudhury lembra que muitas pessoas abrem mão dos preservativos por acharem que a camisinha reduz o prazer na relação sexual. E dados da ONU indicam que, apesar de avanços nas duas últimas décadas, milhões de pessoas no mundo todo ainda não têm acesso à camisinha ou não utilizam a proteção devido a barreiras psicológicas e tabus sociais.
O Fundo Para a População da ONU afirma que o uso de camisinha em relações com pessoas que não são parceiros(as) regulares varia de 80% em países como a Namíbia, na África, até menos de 40% em outros países – incluindo alguns com altas taxas de infecção pelo HIV.
Entre os jovens de 15 a 24 anos o uso de preservativos varia entre 80% em alguns países da América Latina até 30% em países a África Ocidental.
Tabus culturais e barreiras psicológicas levam milhões de pessoas a não usar camisinha
Tabus culturais e barreiras psicológicas levam milhões de pessoas a não usar camisinha
Crenças populares e fatores culturais têm um papel importante no uso da camisinha. Segundo Choudhury, o projeto do novo preservativo visa justamente criar um produto que faça com que mais pessoas se sintam motivadas a usar a camisinha.
“Isto faria com que as pessoas comprassem um produto que as protege mas também torna a relação sexual mais satisfatória”, disse.
O mais interessante, de acordo com a pesquisadora, é que não há nada parecido no mercado que ajude a prevenir de forma tão eficaz o HIV.
Nova geração
O novo preservativo é resultado de uma iniciativa da Fundação Bill Gates. Há dois anos, Gates e sua esposa, Melinda, colocaram à disposição de empreendedores fundos de até US$ 100 mil para desenvolver uma “nova geração” de camisinhas mais finas e eficazes.
O centro de pesquisas da Universidade do Texas foi um dos beneficiados. Choudhury disse que, até o momento, o preservativo ainda é um protótipo, mas já existe muito interesse. Ela acredita que o produto estará disponível no mercado dentro de um ano.
“Neste momento estamos criando (os preservativos) e logo será uma questão de acertar os detalhes”, disse.
E quanto ao preço, a pesquisadora afirmou que, uma vez que o preservativo comece a ser fabricado em larga escala, será uma questão de centavos de dólares.
Fonte: Conexão Jornalismo