A primeira chuva de meteoros de grande intensidade no Brasil, as chamadas Lyrideas, está prevista para acontecer nos próximos dias. Entre 16 e 25 de abril, um grande número de estrelas cadentes estará visível no céu. O fenômeno poderá ser visto a olho nu na maior parte do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Os meteoros são pequenos corpos celestes que, ao entrarem na atmosfera da Terra, entram em combustão parcial ou totalmente em razão do atrito com a atmosfera e o contato com o oxigênio. O fenômeno deixa um risco luminoso no céu, popularmente conhecido como “estrela cadente”.
“As chuvas de meteoros acontecem quando um grande número destes corpos entra na atmosfera ao mesmo tempo, causando uma sequência de estrelas cadentes que podem ser visualizadas a olho nu e que podem durar vários dias”, explica o pesquisador Fernando Roig, do ON (Observatório Nacional).
De acordo com ele, o fenômeno acontece quando a Terra atravessa a órbita de algum cometa, cheia de seus próprios fragmentos. São esses estilhaços que se transformam em meteoro. “Cada chuva ocorre com periodicidade anual, e existem diversas chuvas ao longo do ano vinculadas às órbitas de diferentes cometas conhecidos.”
Nas Líridas, conhecidas como “estrelas de abril”, o fluxo de entrada na atmosfera é de 10 a 20 meteoros por hora, quantidade que pode chegar a 100, ocasião em que se torna uma das 10 chuvas mais intensas do ano.
O fenômeno recebeu este nome (Lyrideas) porque a região do céu na qual a chuva parece chegar à Terra fica na constelação Lyra. Essas chuvas não representam riscos para a Terra e acontecem em praticamente todos os meses, algumas com mais intensidade e ampla visibilidade, como as Lyrideas.
“Não existe risco porque a maioria dos fragmentos é muito pequena e se esfarela na atmosfera antes de atingir o solo. Excepcionalmente, pode ser que algum fragmento caia no solo, mas trata-se de corpos muito pequenos cuja probabilidade de oferecer risco às pessoas é praticamente nula”, garante Roig.
Para os habitantes de nosso Brasil, o dia do pico será no dia 23 de abril, quando 10 a 20 meteoros por hora devem chegar ao planeta.
O pico será antes do amanhecer no horizonte norte, perto da estrela brilhante Vega.
“As melhores regiões para observar o máximo da chuva serão Norte e Nordeste, após a meia-noite até antes do amanhecer do dia 23”, explicou o astrônomo Marcelo de Cicco, doutorando no Observatório Nacional e coordenador do projeto Exoss. “A melhor forma de observá-lo e a olho nu.”
Fonte: UOL
Créditos: UOL