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Charlie Hebdo diz que menino sírio morto na praia viraria estuprador se tivesse a chance

Racismo da publicação provocou ira nas redes sociais ao retratar Aylan Kurdi, de três anos, como um adulto estuprador

Charlie Hebdo diz que menino sírio morto na praia viraria estuprador se tivesse a chance

O jornal satírico francês Charlie Hebdo, que em janeiro de 2015 foi alvo de um massacre cometido por extremistas islâmicos, fez uma publicação criticando a onda de imigração à Europa e comparou o menino sírio Aylan, de 3 anos, morto em uma praia da Turquia, a um estuprador.

Ilustração do Charlie Hebdo sugere:

Aylan Kurdi estampou a capa dos principais jornais do mundo em setembro, quando seu corpo foi encontrado morto em uma praia da costa turca. A foto do cadáver, afogado, virou símbolo da crise imigratória que atinge a Europa.

Na edição desta quarta-feira (13) do jornal, uma ilustração do cartunista Riss sugeriu que, se não tivesse morrido na travessia pelo mar, o garoto sírio poderia ter se tornado um agressor sexual.

A mensagem é uma dura crítica aos estrangeiros e aos episódios de violência sexual ocorridos no dia 31 de dezembro na cidade de Colônia, na Alemanha, país que recebeu mais de 1 milhão de pedidos de asilos de refugiados no ano passado. Investigações locais indicam que imigrantes participaram de alguns dos crimes sexuais, cujas denúncias passam de 600

O desenho publicado no Charlie Hebdo mostra dois homens, com rostos de animais (um de macaco e outro de porco), correndo atrás de duas mulheres. “No que teria se transformado o pequeno Aylan se ele tivesse crescido?”, é o texto que acompanha a ilustração, intitulada “Migrantes”.

Depois dos ataques em Colônia, manifestantes foram às ruas protestar contra os imigrantes e o governo da chanceler Angela Merkel, uma das principais defensoras da concessão de asilo, foi pressionado a ponto de decidir deportar os estrangeiros envolvidos em crimes no país.

No entanto, a insinuação da ilustração, de que todas as crianças imigrantes poderiam se tornar criminosas, gerou críticas de leitores na internet ao “Charlie Hebdo”, que vem sido visto como racista desde o massacre.