todo cuidado é pouco

Casos de picadas de escorpião crescem na Paraíba e números são alarmantes

Scorpion, Opistophthalmus sp., in the Kalahari Desert, Botswana

A aproximação do verão é o sinal de alerta para os acidentes com escorpiões. Na Paraíba, foram 2.803 ataques no ano passado, 15 vezes mais do que em 2000, quando foram registrados 181. O crescimento de 1.448,6% nos últimos 15 anos está relacionado ao crescimento urbano e à facilidade de adaptação das espécies a diversos ambientes. No Instituto Butantan (SP), 5 mil escorpiões da espécie amarela são utilizados para a produção de soro, com demanda crescente em todo o País e para realização de estudos dos efeitos da picada, que podem ser mais graves, causando espasmos musculares e alterações neurológicas.

Dos acidentes com animais peçonhentos na Paraíba em 2015 (3.618), 77,47% foram com escorpiões, segundo o Ministério da Saúde. Sete vezes mais que o registrado com serpentes: 380. Duas pessoas morreram em decorrência da picada, enquanto nenhum óbito foi registrado com cobras. No Estado, há 30 hospitais em 28 municípios preparados com soroterapia. Segundo o coordenador do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) em João Pessoa, Hemerson Magalhães, a espécie mais perigosa é a Tityus serralatus, mais comum no Sul, Sudeste e parte da Bahia. No Nordeste, a mais recorrente e que causa mais acidentes é a Tityus stigmurus, que também tem importância médica.

O crescimento urbano, o acúmulo de lixo e entulho que abrigam insetos como baratas, que alimentam os escorpiões e a facilidade de adaptação desses animais a diversos ambientes, úmidos ou secos são apontados como fatores que elevam as estatísticas de casos. Na Capital a época que mais teve casos nos últimos anos foi entre agosto e novembro. “Os escorpiões são os animais mais antigos que se tem registro. Se adaptaram muito bem na maioria das regiões do planeta. Em condições ideais se proliferam com bastante rapidez, dando ninhadas de 15 a 20 animais. A época mais comum é variável. O mês que observamos maior número de notificação em 2013 foi em outubro (184 casos), em 2014 foi em setembro (216 casos), em 2015 agosto e novembro (ambos com 170 casos). Mensalmente são registrados mais de 150 casos”, informou Hemerson.

“O período de verão é também de férias escolares, isso faz com que as pessoas passem mais tempo em casa e a probabilidade dos acidentes no ambiente domiciliar ocorra com mais frequência. Escorpiões possuem hábitos noturnos, isso coincide com o horário mais comum dos acidentes, que é a noite. Em caso de acidentes, lavar o local com água e sabão, aplicar compressas de água quente e procurar a clínica de doenças infecto parasitárias , no Hospital Universitário Lauro Wanderley” – Hemerson Magalhães, coordenador do Ceatox do HU.

Fonte: Correio da Paraíba