descumprimento da legislação

Após decisão do governo, afiliada da Record em Angola sai do ar

A Record Africa, afiliada da emissora de Edir Macedo em Angola, saiu do ar nesta quarta-feira (21) por descumprimento da legislação angolana.

A Record Africa, afiliada da emissora de Edir Macedo em Angola, saiu do ar nesta quarta-feira (21) por descumprimento da legislação angolana, segundo ordem do ministério das Telecomunicações, Tecnologias da Informação e Comunicação Social (Minttics). O canal entrou com um recurso para tentar impedir a interrupção do sinal, mas a decisão foi cumprida hoje.

“Por motivos alheios à nossa vontade, a nossa emissão está suspensa. Esperamos voltar em breve para continuar a levar alegria, informação e entretenimento, para as centenas de milhares de telespectadores que se encontram em Angola, agradecendo as mensagens de afeto que têm sido partilhadas em nossas redes sociais e em diversos veículos de comunicação, como prova do carinho que o povo angolano tem com o nosso canal, nesses mais de 15 anos presentes no país. Um até logo com muito amor para todos”, informou a emissora em nota publicada nas redes sociais.

Segundo a decisão divulgada na segunda-feira (19) pelo órgão angolano, o sinal da Record Africa seria suspenso a partir da 0h desta quarta, até a regularização com as autoridades locais. O principal fator responsável por esta decisão do governo é que o diretor-executivo do canal não é angolano, mas sim o brasileiro Fernando Henrique Teixeira.

“A empresa Rede Record de Televisão Angola Ltda., que responde pela Record TV Africa, tem no exercício de função de diretor-executivo um cidadão não nacional e os quadros estrangeiros da empresa que exercem atividade jornalística no país não se encontram creditados nem credenciados no centro de imprensa Aníbal de Melo”, informou o ministério em comunicado exibido pelo canal público TPA.

Ontem (20), a Record Africa informou que recorreu da decisão governamental e que “enquanto decorrer o período de apreciação do recurso, a referida decisão não deve ser executada nem produzir efeitos legais”. No entanto, a Multichoice, empresa de TV paga que disponibiliza o canal no país, anunciou que deixaria de exibir a Record, segundo instruções do Inacom (Instituto Angolano das Telecomunicações).

A decisão do governo angolano também suspendeu os canais Zap Viva e Vida TV, além de algumas revistas e jornais. Em Angola, a Igreja Universal do Reino de Deus tem cerca de 500 mil fiéis. No ano passado, alguns pastores angolanos se indispuseram com a direção brasileira da instituição e se rebelaram, tomando parte das igrejas no país.

Desde 2017, a Igreja Universal na África tem sido comandada pelo bispo Honorilton Gonçalves, principal executivo da Record em sua fase de maior crescimento.

Em comunicado enviado ao Notícias da  TV segunda, a Record afirmou que foi “surpreendida” pela decisão, que “sempre se pautou pela legalidade” e que irá “adotar medidas legais de respostas cabíveis contra o referido ato”. A reportagem entrou em contato novamente com o canal para questionar a aplicação da suspensão, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

 

Fonte: Uol
Créditos: Uol