As chuvas no Sertão despertaram a esperança de que a crise hídrica fosse amenizada, com a recarga dos açudes da região. Em Condado, o solo rachado do açude Engenheiro Arco Verde, deu espaço a uma significativa quantidade de água que o reservatório recebeu. Embora tenha recebido água, a cidade ainda continua sendo abastecida pelo açude Mãe D’Água, em Coremas. Outros sete reservatórios ultrapassaram os 5% da capacidade e saíram de situação crítica.
O açude Engenheiro Arco Verde tem capacidade para armazenar 36.834.375 m³ de água e estava apenas com 97.440 m³ ,em janeiro deste ano, o que representava 0,3%. Com as chuvas deste mês, o reservatório chegou a 17,7%, com uma quantidade de 6.404.062 m³. Para o comerciante Sérgio Almeida, mesmo não podendo abastecer a cidade, a água do açude trouxe mais esperança para os moradores. “Melhorou bastante a situação por aqui”, disse.
A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) informou que a água ainda não está em condições de abastecer a cidade, por causa da qualidade. A Cagepa ainda não tem uma previsão para que o reservatório volte a abastecer Condado. Os moradores recebem água do açude Mãe D’água há um ano, de segunda a sexta-feira, com um interrupção aos sábados e domingos.
De acordo com dados da Agência Executiva de Gestão das Água das Paraíba (Aesa), enquanto que oito reservatório saíram de situação crítica, dois entraram. Dados recentes mostram que a Paraíba tem 68 açudes com menos de 5% da capacidade; 35 em observação, com menos de 20%; 24 com mais de 20%; e nenhum reservatório sangrando. Em janeiro eram 74 em situação crítica.
Conforme a Aesa, o açude do Carneiro, em Jericó, estava com 0% da capacidade e hoje tem 16,4%. O açude Várzea, na cidade de mesmo nome, tinha 1,8% e agora tem 5,3%. Outros reservatórios que saíram de situação crítica foram o Video, em Conceição, que passou de 1,7% para 6,9%; açude Paraíso, em São Francisco, subindo de 1,3% para 6,0%; o reservatório São José, em São José de Piranhas, chegando a 8,41%; além dos dois reservatórios de Belém do Brejo do Cruz, que registram hoje 12,5% e 14,41%.
Ainda de acordo com a Aesa, a diferença entre o número de açudes em situação crítica entre janeiro e fevereiro é apenas de seis porque os açudes de Brejinho, em Juarez Távora e Cachoeira da Vaca, em Cachoeira dos Índios acabaram perdendo água e registrando menos que 5% da capacidade, entrando em situação crítica.
Açudes que saíram de situação crítica
Cidade: Condado
Açude: Engenheiro Arco Verde
Capacidade: 36.834.375 m³
Janeiro: 97.440 m³ (0,3%)
Fevereiro: 6.404.063 m³ (17,4%)
Cidade: São Francisco
Açude: Paraíso
Capacidade: 5.340.024 m³
Janeiro: 69.924 m³ (1,3%)
Fevereiro: 318.577 (6,0%)
Cidade: Conceição
Açude: Video
Capacidade: 6.040.264 m³
Janeiro: 104.375 m³ (1,7%)
Fevereiro: 418.062 m³ (6,9%)
Cidade: São José de Piranhas
Açude: São José I
Capacidade: 3.051.125 m³
Janeiro: 74.112 m³ (2,4%)
Fevereiro: 257.638 m³ (8,4%)
Cidade: Jericó
Açude: Carneiro
Capacidade: 31.285.875 m³
Janeiro: (0%)
Fevereiro: 5.134.125 m³ (16,4%)
Cidade: Várzea
Açude: Várzea
Capacidade: 1.132.095 m³
Janeiro: 20.430 m³ (1,8%)
Fevereiro: 59.652 m³ (5,3%)
Cidade: Belém do Brejo do Cruz
Açude: Escondido
Capacidade: 16.579.250 m³
Janeiro: (0%)
Fevereiro: 2.076.374 m³ (12,5%)
Cidade: Belém do Brejo do Cruz
Açude: Tapera
Capacidade: 26.418.660 m³
Janeiro: (0%)
Fevereiro: 3.816.360 m³ (14,4%)
Açudes que entraram em situação crítica
Cidade: Juarez Távora
Açude: Brejinho
Capacidade: 789.000 m³
Janeiro: 5,6%
Fevereiro: 4,7%
Cidade: Cachoeira dos Índios
Açude: Cachoeira da Vaca
Capacidade: 339.156 m³
Janeiro: 5,1%
Fevereiro: 4,5%
Créditos: Jornal da Paraíba