“Estou muito orgulhoso em representar o Brasil. Agora estamos passando por um momento muito, muito difícil de intolerância”, disse Aïnouz. “É um prêmio muito importante para o cinema brasileiro neste ano em que tivemos uma representação maravilhosa, com o filme do Kleber Mendonça e do Juliano Dornelles [“Bacurau”], que disputa [a Palma de Ouro] com o filme da produtora Gullane [“O Traidor”, do italiano Marco Bellocchio”.
Antes de qualquer coisa é importante que este prêmio de fato possa servir para incentivar o futuro do cinema brasileiro, a diversidade da cultura brasileira. E que a gente tenha um Brasil melhor que o que a gente tem agora. Queria dedicar especialmente a minha amada Fernanda Montenegro e para todas as mulheres do mundo. Karim Aïnouz
Baseado no livro homônimo de Martha Batalha, o filme se passa no Rio de Janeiro da década de 1950, narrando a história de duas irmãs de personalidades bastante distintas: Eurídice (Carol Duarte) e Guida (Julia Stockler). A primeira sonha se tornar uma grande pianista, mas se casa e o marido machista a força a se tornar dona de casa. A outra foge de casa com uma paixão irresponsável, mas é abandonada depois que engravida.
Aïnouz é um dos cineastas brasileiros de maior prestígio internacional na atualidade. É famoso por filmes como “Madame Satã” (2002) e “Praia do Futuro” (2014). Antes de “Eurídice Gusmão”, as produções nacionais “Eu Tu Eles” (2000), de Andrucha Waddington, e “O Sal da Terra” (2014), de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, já haviam ganhado menções especiais na Un Certain Regard.
Amanhã à noite (na França), durante a cerimônia de encerramento do festival, serão conhecidos os filmes premiados da competição principal. O brasileiro “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, disputa a Palma de Ouro, assim como “O Traidor”, do italiano Marco Bellocchio, cofinanciado pela produtora brasileira Gullane.
Fonte: UOL
Créditos: Bruno Ghetti