Rafaela Silva venceu as cinco lutas que disputou na categoria leve (até 57 kg) e faturou o ouro, o primeiro do Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Na final, Rafaela bateu simplesmente a mongol Sumiya Dorjsuren, atual líder do ranking mundial.
Para chegar à final, Rafa teve um enorme desafio na semifinal, quando acabou se classificando apenas no golden score em luta contra Corina Caprioriu, da Romênia, em um dos momentos mais emocionantes para os brasileiros até o momento.
Antes de ser ouro no tatame, porém, a judoca da Cidade de Deus precisou de forças para além do esporte.
Nas Olimpíadas de Londres 2012, perdeu para a húngara Hedvig Karakas, por conta um golpe ilegal que tentou aplicar. Negra, recebeu como resposta dos brasileiros umaenxurrada de protestos racistas.
Os comentários abalaram a atleta.
Ela entrou em depressão e pensou em desistir do esporte. Mas seu técnico, Geraldo Bernardes, não deixou. “Fizemos uma operação para recuperá-la. Não podíamos perder um talento assim”, disse ele ao UOL.
Com a ajuda de uma psicóloga, a judoca recalibrou a autoestima e, no ano seguinte, também no Rio, se tornou a primeira judoca brasileira a conquistar o ouro em campeonatos mundiais.
Hoje, após a conquista do primeiro ouro para o Brasil na Rio 2016, a atleta declarou emocionada:
“Eu acho que a minha vida é o judô. Se não fosse o judô, não sei onde eu estaria agora. Graças a Deus conheci o esporte e estou aqui, campeã mundial e campeã olímpica.”
Fonte: REUTERS
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