Às vésperas do segundo turno, artistas começaram a opinar de forma mais contundente sobre os candidatos e ideologias. E a disputa entre eles sacudiu as redes sociais. Criticada pelos colegas após publicar vídeos de apoio a Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais, Regina Duarte voltou a se posicionar no fim da tarde de ontem ao postar uma foto escorada no ombro do militar. Patrícia Pilar e José de Abreu rechaçaram o posicionamento dela, que tem pedido votos para o capitão e atacado os petistas nas mensagens. Abreu chamou Regina de “fascista” e disse que o fascismo “odeia” a classe artística. Outras personalidades, como o ator Pedro Cardoso, o eterno Augustinho Carrara de A grande família, declararam apoio ao PT.
Personalidades da TV, do cinema e da música intensificaram o uso das redes para dar apoio — e fazer ataques — aos candidatos à Presidência da República que ficaram no segundo turno. Regina Duarte visitou o capitão reformado na última sexta-feira. “Bolsonaro e sua campanha refletem os genuínos sentimentos do povo contra esta esquizofrenia, este preconceito indisfarçável da esquerda”, diz um trecho do longo texto postado pela intérprete de Malu Mulher no Instagram. Ontem, publicou a foto com o capitão usando a seguinte legenda: “Pra comemorar um encontro como este… e com isso festejar a fé num futuro melhor pra todos nós. Sou @jairmessiasbolsonaro pra presidente do Brasil. E depois eu conto como foi o encontro. Foi lindo. Depois eu conto… (sic).”
Em resposta ao comentário da colega, José de Abreu disparou: “Respeitei a posição de Regina Duarte enquanto ela apoiava a direita democrática com (José) Serra, (Geraldo) Alckmin, FHC (Fernando Henrique Cardoso), (João) Doria — todos tucanos. Quando apoiou o impeachment. Mas não respeito artista que apoia fascista. O fascismo odeia nossa profissão e nossa classe. Elimina quem discorda e quem é ‘diferente’”, escreveu Abreu, em seu perfil no Twitter. Patrícia Pilar, ex-mulher de Ciro Gomes (PDT) e uma das maiores apoiadoras do pedetista, afirmou que “com toda admiração e respeito”, faria uma ponderação: “Administrar um país tão complexo como o nosso não é fácil e muitos erros foram cometidos. Mas você acha que a solução neste momento é votar em um candidato que nunca administrou uma rua sequer?”, argumentou.
Patrícia Pilar salientou que Bolsonaro se apresenta como salvador da pátria, mas disse que ele não tem o menor conhecimento sobre economia, saúde e educação. Que faz apologia à violência e prega temas que trarão ainda mais violência. “As necessidades das minorias, dos pretos, pobres, LGBTIs, índios, etc” foram desqualificadas, segundo ela, que conclui afirmando que “um governo ruim pode ser trocado em quatro anos, mas a destruição do nosso tecido social poderá levar décadas. Pense nisso com carinho”. Em vídeo, o cantor Zezé Di Camargo apoiou Bolsonaro e pediu que as pessoas respeitem a escolha.
Na contramão dos elogios à extrema direita representada por Bolsonaro, Pedro Cardoso disse que votará em Fernando Haddad, porque tem certeza de que “poderá fazer oposição em um governo verdadeiramente democrático”. Paulo Betti, Alessandra Negrini e Sophie Charlotte fizeram campanha pró-PT. Em sua conta oficial do Instagram, Sophie compartilhou sua opinião sobre os resultados do primeiro turno e aproveitou para compartilhar o vídeo de uma manifestação em dezembro de 2017, no Largo da Batata. “Vamos todos juntos, vamos todas juntas contra o retrocesso, contra o autoritarismo”, escreveu ela.
Fonte: Correio Braziliense
Créditos: Correio Braziliense