A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República neste domingo (28) foi tratado com tom obscuro pelos principais sites de notícias internacionais. Diferentemente da mídia elitista brasileira, os jornais estrangeiros tratam abertamente a vitória de Bolsonaro como chegada da extrema-direita ao poder e preveem que a democracia deve enfrentar momentos difíceis em nosso país a partir de janeiro.
Em destaque na página principal, o New York Times diz que um “Populista de extrema direita” foi eleito presidente do Brasil. Segundo a publicação, os brasileiros optaram por “um novo curso radical para a maior nação da América Latina”. “Jair Bolsonaro venceu com um profundo ressentimento no status quo em um país assolado pelo aumento do crime e dois anos de turbulência política e econômica”, diz a chamada da reportagem.
O espanhol El País, em sua versão em português, vai na mesma linha e diz que “Bolsonaro leva a extrema direita ao poder”, trazendo com ele “uma agenda conservadora que vai testar os limites do Judiciário”.
“O estilo do novo presidente já ficou claro quando foi votar. Seguiu com um casaco verde da cor do Exército, e um colete a prova de balas, cercado de seguranças. Levará militares para seu ministério e promete seguir a disciplina do Exército para realizar o seu projeto de país”, diz o jornal da Espanha.
Em editorial, a agência de notícias alemã Deutsche Welle diz que o “Brasil mergulha na escuridão”. “Vitória de Jair Bolsonaro ameaça levar o país de volta a um dos capítulos mais sombrios de sua história”, diz o texto, assinado pela editora-chefe do DW Brasil, Francis França.
Em Portugal, o Público se manifestou em um editorial que diz que esse domingo foi “um dia negro para a democracia”. “Bolsonaro é o derradeiro capítulo de um processo de autodestruição das elites políticas brasileiras. Como todos os outros capítulos, é uma vergonha e uma desgraça”, afirma o site português.
Na França, o jornal de centro-direita Le Figaró chamou o “candidato de extrema-direita” de “Trump dos trópicos”, que venceu depois de “uma campanha particularmente tensa”.
O Le Monde, de centro-esquerda, disse que o candidato de “extrema-direita” promete “mudar o destino” do país.
Fonte: Revista Fórum
Créditos: Revista Fórum