“Não tenho alternativa. Estou com o Haddad”, afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao avaliar os caminhos que o PSDB deveria seguir no segundo turno.
Mas será um apoio com restrições, já que o ex-presidente tem ressalvas profundas sobre a política econômica e relações exteriores do PT.
Publicamente, FHC ainda decidiu manifestar seu apoio. Afirma que não votará em Bolsonaro. Mas, no segundo turno, vai anular seu voto.
Há algum tempo, ele dizia, reservadamente, que Geraldo Alckmin não teria chances nesta eleição.
Desde o ano passado, ele insistia em nome alternativo que estivesse fora da política: Luciano Huck. Mas não deu certo.
FHC diz que não gostaria de ver da volta do PT ao Planalto, por considerar que o partido não defende o que considera as reformas necessárias para o país – especialmente a da Previdência. Considera, ainda, que o PT não tem uma visão econômica “correta” sobre como devolver o crescimento ao país, já que defende uma presença forte do Estado.
Mesmo assim, o tucano considera que Bolsonaro seria uma opção pior, uma “ameaça” à democracia. FHC suspeita que, com o deputado, haverá um risco autoritário permanente e crise institucional, devido à sua fragilidade de apoios no Congresso.
Na época da ditadura, FHC foi exilado. Existe também uma questão pessoal: o candidato do PSL chegou a dizer, em entrevista a uma emissora, que fuzilaria Fernando Henrique Cardoso, acusando-o de corrupção.
Apesar das divergências políticas, FHC tem um bom relacionamento pessoal com Haddad – ambos têm a mesma base acadêmica, a USP. Haddad já disse publicamente que pretende procurar o PSDB para obter apoio na disputa de um eventual segundo turno.
Fonte: Catraca livre
Créditos: –