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Depois de alta, Bolsonaro deve ficar no Rio e estuda ir a debate da Globo

Mas o quadro clínico do candidato ainda inspira cuidados.

Apesar de a equipe médica ainda não ter divulgado qualquer previsão de alta do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), internado desde que levou uma facada há 13 dias, familiares e aliados já começaram a planejar os passos do deputado federal para quando ele deixar o hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Com a prudência de quem viu o candidato passar por uma imprevista cirurgia de emergência na última quarta-feira (12), o entorno de Bolsonaro trabalha com a expectativa de que a internação dure no máximo outras duas semanas. O presidenciável sairia do Albert Einstein, portanto, a alguns dias do 1º turno, marcado para 7 de outubro.

O plano é que o deputado federal seja levado de volta para o condomínio onde vive na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo um de seus filhos, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), é possível que a família acione o chamado “home care” [atendimento domiciliar], se os médicos entenderem necessário.

De acordo com quem visitou o presidenciável nos últimos dias, Bolsonaro está muito ansioso para deixar o hospital. “Ele quer sair de lá hoje. Ele está louco para ir para a rua panfletar”, disse nesta terça (18) o deputado estadual Flávio Bolsonaro, outro filho de Jair.

Mas o quadro clínico do candidato ainda inspira cuidados. O último boletim médico, divulgado ontem à tarde, informou que o candidato permanece internado na Unidade de Terapia Semi-Intensiva do hospital, “apresentando evolução clínica satisfatória e boa resposta ao tratamento realizado até o momento”.

Ele não apresenta febre, que poderia ser um indício de infecção, mas ainda não consegue se alimentar oralmente e nem recuperou as funções intestinais. E ainda terá que passar por outra cirurgia, provavelmente até o fim do ano, para se livrar da bolsa de colostomia –exteriorização de uma parte do intestino para a excreção de fezes.

Debate da Globo

Embora as limitações médicas dificultem planos de campanha, Eduardo disse achar que, se continuar evoluindo, o pai terá condições de participar do último debate do 1º turno, promovido pela TV Globo e marcado para o 4 dia de outubro. “Se o médico liberar, vontade não falta”, declarou o parlamentar, após reunião da cúpula da campanha do presidenciável, em São Paulo.

Flávio destacou que a decisão dependerá das orientações da equipe médica, mas afirmou que considera difícil que isso ocorre. “Tem essa parte técnica, que a gente não tem como definir, e a outra é o sentimento dele. Se ele sentir que vai lá para o sacrifício, ficar duas horas em pé com a bolsa de colostomia na barriga, com todos os transtornos e incômodo que isso causa, ele vai avaliar.”

Presidente em exercício do PSL e um dos mais próximos aliados de Bolsonaro, o advogado Gustavo Bebianno, discorda e disse que seria “um sacrifício a troco de muito pouco resultado”. “Porque o modelo dos debates no Brasil nivela os candidatos por baixo, ninguém tem oportunidade de explicar absolutamente nada”, declarou.

Bebianno já era contrário à participação do presidenciável em confrontos com adversários e declarou à reportagem do UOL, em agosto, que se Bolsonaro fosse a algum debate, seria “uma exceção”.

Já que não deve poder mais ir para as ruas durante o processo eleitoral, o candidato pretende durante fazer transmissões ao vivo pela internet no horário das propagandas gratuitas à noite. Deve executar o plano com mais frequência quando estiver em casa, mas já realizou a primeira de dentro do hospital, no último domingo (16).

Na ocasião, ele chegou a falar em ter alta dentro de uma semana, previsão que é considerada pouco provável entre aliados.

Fonte: UOL
Créditos: UOL