A aprovação da democracia atingiu nível recorde entre os brasileiros. Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira mostra que 69% dos eleitores consideram o regime democrático a melhor forma de governo para o país. Segundo o instituto, o índice é o mais alto desde 1989, primeira aferição da série histórica, na primeira eleição direta para a Presidência após o fim do regime militar.
Em junho deste ano, a porcentagem de brasileiros que pensava o mesmo era de 57% – houve acréscimo, portanto, de 12 pontos percentuais na avaliação positiva do regime democrático. A atual forma de governo foi estabelecida logo no primeiro artigo da Constituição de 1988. O texto constitucional ressalta que a Assembleia Constituinte foi convocada para instalar um “Estado Democrático”.
No levantamento realizado nos dias 3 e 4 de setembro, 12% disseram que preferem ditadura à democracia. Para outros 13%, “tanto faz” a forma de governo, e 5% não souberam responder.
Segundo o instituto, 22% dos eleitores que declaram voto em Jair Bolsonaro (PSL), líder das intenções de voto à Presidência, preferem a ditadura. Trata-se do índice mais alto entre os votantes dos presidenciáveis. A maioria dos apoiadores do militar (64%), porém, considera a democracia o melhor regime.
Na faixa de eleitores de Fernando Haddad, candidato do PT ao Palácio do Planalto, 6% avaliam que “em certas circunstâncias” a ditadura é melhor. Defendem o regime atual 77% dos apoiadores do petista.
Proporcionalmente, o maior índice de aprovação da democracia foi constatado entre os jovens, nascido depois da redemocratização. No estrato de 16 a 24 anos, 74% dos eleitores concordam que o sistema democrático é “sempre a melhor forma de governo”. A ideia de que o regime com eleições diretas tem menos respaldo entre os menos escolarizados – mas ainda assim são maioria (55%) – e goza de mais apreço entre os mais escolarizados (84%).
Em setembro de 1989, primeiro levantamento do tipo, o Datafolha constatou que 43% preferiam a democracia e 18% eram abertos à ditadura “em certas circunstâncias”. Para 22% dos entrevistados, à época, “tanto fazia” o regime.
O Datafolha informou que a amostragem foi estratificada por sexo e idade, com sorteio aleatório dos entrevistados. Foram realizadas 10.930 entrevistas presenciais, em 389 municípios do país, com eleitores de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo