As redes sociais têm exercido papel importante na campanha eleitoral de 2018, principalmente, àqueles candidatos com pouco tempo de TV. Ferramentas como Facebook, Twitter e Whatsapp atraem cada vez mais a atenção das equipes de campanha. Mas nem sempre foi assim.
Nos últimos nove anos, alguns dos atuais candidatos à corrida presidencial vêm se adaptando a algumas dessas plataformas, em especial o Twitter, rede social que permite postagens de até 280 caracteres. O #focanovoto foi atrás dos primeiros ‘tuítes’ de alguns deles e encontrou discussões, divulgações, fotos pessoais e até mesmo mensagens ‘premonitórias’. Confira:
JAIR BOLSONARO (PSL)
As primeiras postagens de Bolsonaro no Twitter foram em março de 2010. O candidato, na época já deputado federal, iniciou sua ‘trajetória’ na rede social participando de um debate virtual sobre o golpe militar de 1964, que contou, do outro lado, com o então deputado federal Chico Alencar (PSOL), agora candidato a ao Senado. O debate, que contou com alguns erros no uso da rede social e postagens enérgicas de defesa ao regime por parte do presidenciável, foi até a madrugada do dia seguinte, 1º de abril.
Após as primeiras postagens, Bolsonaro só voltaria a tuitar 25 dias depois, pedindo que os seguidores seguissem, também, os perfis de seus filhos, que ‘refletiam seus pensamentos e dominavam melhor’ o Twitter. A tendência foi mantida e o candidato passou a postar, esporadicamente, sobre sua atuação na Câmara e suas posições políticas. Atualmente, é o segundo candidato com mais seguidores do pleito, com 1,8 milhão.
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CIRO GOMES (PDT)
O recente perfil de Ciro Gomes indica que esta não é a primeira experiência do agora candidato com o Twitter. Em sua primeira postagem, em maio do ano passado, Ciro afirmava que estava ‘voltando a tuitar’. No entanto, ele ainda teve dificuldades, chegando a responder uma seguidora sem endereçar corretamente o perfil da mesma.
Nas postagens seguintes, o pedetista dedicou-se a divulgar eventos e reuniões em que esteve presente, além de críticas ao governo federal em diversas áreas do país, especialmente economia e política. Também houve espaço para momentos ‘família’, nos quais Ciro postou fotos com filha e neta. Apesar de possuir um perfil recente, Ciro tem alta média de tuítes entre os principais candidatos: são sete postagens a cada dois dias, média inferior, apenas, à de Geraldo Alckmin.
FERNANDO HADDAD (PT)
O atual candidato à Presidência pelo PT estreou no Twitter na época em que era ministro da Educação, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, em agosto de 2011. A curta passagem inicial de Haddad pela rede social teve apenas postagens divulgando presença em compromissos, que perduraram por três dias. Na sua primeira postagem, divulgou sua participação em caravana com diretórios do partido, por exemplo. Já em seu segundo tuíte, ele chegou a direcionar mensagem a uma seguidora pedindo divulgação e afirmando que teria dificuldades em fazer postagens diárias.
Haddad só voltaria a tuitar março de 2012, quando já havia deixado o ministério para concorrer à Prefeitura de São Paulo. As postagens, no entanto, seguiram predominantemente focadas em agenda e passaram a se voltar à sua campanha.
MARINA SILVA (REDE)
A primeira das três candidaturas de Marina à Presidência, em 2010, levou a política a criar um perfil no Twitter. Em janeiro daquele ano, ela pediu, em seu primeiro tuíte, que a campanha fosse feita com ‘debates e não embates’. As postagens seguintes, no mesmo dia, foram de elogio a Heloísa Helena em referência a uma negociação mal-sucedida de apoio ao PV (antigo partido de Marina) pelo PSOL, partido pelo qual Heloísa foi pré-candidata às eleições presidenciais daquele ano. Hoje, as duas são companheiras de REDE.
GERALDO ALCKMIN (PSDB)
Dos cinco principais candidatos, Alckmin é quem tem o maior número de tuítes: hoje na casa dos 33 mil. Mas em outubro de 2009, quando o então secretário estadual de Desenvolvimento de São Paulo criou sua conta na rede social, as coisas não eram tão fáceis. O tucano chegou ‘tentando entender o Twitter’, como relatou em sua primeira postagem.
Entre postagens regulares falando sobre encontros, compromissos, além de interagir com seguidores e figuras públicas relacionadas a ele e ao PSDB, Alckmin também teve seus momentos de dificuldades técnicas, como quando se deu conta do volume de mensagens que recebia ou quando teve dificuldades ao digitar em seu smartphone.
DEMAIS CANDIDATOS
Entre os candidatos com menor desempenho nas pesquisas, dois já possuem vasta experiência na Twitter: Alvaro Dias (Podemos) e José Maria Eymael (DC). O primeiro está em sua segunda passagem pela rede social, como informa em sua primeira postagem, de setembro de 2009. Nela, afirma que teve sua conta suspensa. Ativo na rede social, o senador aproveitou o primeiro dia de volta ao microblog para falar da suspensão de seu primeiro perfil e interagir com seguidores. Nos dias seguintes, passou a pautar as postagens, em compromissos e assuntos relativos ao mandato. Hoje, é o candidato em geral com o maior número de tuítes: são 108 mil.
Eymael criou seu perfil em 2009, também em setembro. Direto, anunciou na primeira postagem que estaria ‘iniciando sua participação no Twitter’. Nos dias seguintes, focou em sua apresentação como político (viria a ser candidato à Presidência no ano seguinte) e pedia repetidas vezes aos seguidores que visitassem o site do seu partido (na época, chamado de PSDC).
Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) criaram suas contas em junho e janeiro de 2017, respectivamente. O emedebista dedicou o espaço a ‘debater os rumos do Brasil’, como anunciou em sua primeira postagem, relatando sobre sua atuação como ministro da Fazenda. Boulos, por outro lado, aproveitou o perfil para tecer críticas à política nacional e falar sobre a atuação do movimento do qual faz parte, o MTST. Caso parecido é o de Vera Lúcia (PSTU), que desde o seu primeiro tuíte, em julho de 2012, fala sobre sua atuação na militância do seu partido.
A conta de João Amoêdo (NOVO) tem as primeiras postagens — um questionamento a um colunista e uma pergunta enviada ao programa Roda Viva — datadas de fevereiro e junho 2013. No entanto, Amoêdo só passou a utilizar a rede social com frequência a partir de janeiro de 2016, pouco depois do registro definitivo do NOVO. A partir de então, passou a utilizar seu perfil para divulgar ações e ideias do partido.
Cabo Daciolo (Patriota) criou seu perfil em abril deste ano e sua primeira postagem é a divulgação de um projeto de lei de sua autoria. As poucas postagens seguintes, que totalizam menos de 30, abordam concepções ideológicas e a campanha do candidato à Presidência. João Goulart Filho (PPL) é outro com poucos tuítes, a maioria relativa à sua campanha. Suas primeiras postagens, a partir de junho de 2015, envolvem o Instituto João Goulart, do qual é presidente executivo.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo
