O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, chamou seu adversário Jair Bolsonaro, do PSL, de cédula de 3 reais, desafiando o deputado a comparecer ao último debate entre presidenciáveis, que será promovido pela TV Globo, nesta quinta-feira (04).
“Se quiser votar nele eu respeito, como sempre respeitei, sempre cumprimentei meus adversários, não tenho inimigo na política, mas o Bolsonaro é uma cédula de ‘3 real’ (sic)”, disse Ciro a jornalistas antes de encontro com sua militância na sede do PDT em São Paulo.
Ciro atacou Bolsonaro após ser perguntado sobre se acreditava nos resultados das urnas eletrônicas. “É claro, senão eu não era candidato.”
“Agora, um camarada que é 28 anos, deputado federal do Rio de Janeiro, epicentro da ladroeira, onde o governador tá preso, presidente da Assembleia preso, do tribunal de contas preso, e ele é aliado a essa gente fazendo discurso de decência… vem fazer papo furado, de que a urna eletrônica não tem decência? Que é isso? Mais respeito, Bolsonaro”, criticou Ciro.
“Isso aqui é uma democracia que vai sobreviver a você e eu vou tirar sua máscara, você não pode deixar de ir ao debate, você está mentindo, e atestado médico falso é crime. Vá ao debate da Globo que eu vou mostrar que você é uma cédula de ‘3 real'”, desafiou.
Nesta manhã, no entanto, uma junta médica do hospital Albert Einstein avaliou que Bolsonaro não tem condições de participar do debate.
Ao comentar as recentes manifestações contra Bolsonaro e a alta que seu adversário apresentou nas últimas pesquisas de intenções de votos, o pedetista avaliou que a eleição ainda está “completamente aberta”.
“Estuário de todos”
Ciro fez um apelo para que os eleitores deixem de lado a simples rejeição ao candidato do PSL para abraçar uma candidatura na qual realmente acreditem.”É preciso que o povo brasileiro tenha pelo menos o direito de votar com esperança, afirmar, chega de não, é preciso dizer sim agora a quem você quer, isso é o que eu quero pedir às mulheres brasileiras que fizeram a manifestação mais linda do país nessa campanha”, disse.
“Eu mesmo estava junto, mas depois eu percebi, e isso é da política. Quando nós demos a ideia de que o ‘ele não’ fosse nossa guia, nós acabamos trazendo uma polarização que não ajudou a nossa causa”, avaliou. “Não tem ‘ele não’ na urna, se não for pra mim, assumam o sim para o seu candidato, vão para a rua, peguem a bandeira, vistam a camiseta.”
Perguntado sobre a possibilidade de estar no segundo turno, Ciro se disse honrado com a ideia de que possa ser “o estuário de todos” e pediu a atenção dos eleitores indecisos, ou que tenham escolhido seu voto apenas por rejeição aos outros candidatos.
“Estou tentando criar um campo novo, na medida em que eu acho que o PT criou o Bolsonaro, e o Bolsonaro criou o PT”, disse. “Vamos supor que os dois vão ao 2º turno, aquele que ganhar racha o país e pega metade do país em rejeição.”
“Vamos aos mesmos números: eu sou a menor rejeição entre os candidatos competitivos. Isso na prática quer dizer aquilo que é real, eu posso conversar com todos”, argumentou.
Ciro fez questão de dizer que foi colega dos candidatos Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Bolsonaro, e foi contemporâneo de outros dois presidenciáveis, Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos), além de ter conhecido agora o Cabo Daciolo (Patriota) e Guilherme Boulos (PSOL)”.
Mas não mencionou Haddad, que foi ministro da Educação durante parte do tempo que Ciro foi ministro da Integração Nacional, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: VEJA
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