Não fazer um planejamento, deixar para comprar a passagem na última hora e não colocar na conta impostos e taxas são alguns erros que podem fazer a viagem sair muito mais cara do que o esperado.
O UOL consultou Alexandre Monteiro, sócio do site de cotações de moedas MelhorCambio.com, Eduardo Fleury, líder de operações do buscador de voos, hotéis e outros serviços Kayak, e Tahiana Rodrigues, gerente de comunicação e marketing do Skyscanner, também buscador de serviços de viagens e voos, para listar os erros mais comuns que fazem o viajante estourar o orçamento. Veja mais abaixo quais são e como evitá-los:
1) Não fazer orçamento
Para qualquer viagem, por mais simples que pareça, é preciso fazer contas. O primeiro passo, segundo Tahiana, é definir o orçamento para a viagem. “A partir deste valor, estipulam-se os lugares mais desejados. Depois, define-se o destino e começa a busca pelos melhores preços de passagem aérea, hotéis e outras despesas.”
Para quem está com orçamento mais restrito, Fleury aconselha considerar destinos nacionais ou pela América Latina. “Em função da alta do dólar, instabilidade do câmbio e desvalorização do real, os viajantes têm dado preferência para viagens pelo Brasil e pela América Latina, opções menos dolarizadas e mais em conta.”
2) Não planejar
É um erro resumir os gastos com uma viagem em passagem aérea, hospedagem e algum dinheiro para gastar lá. É preciso saber em detalhes as despesas. Refeições, compras, passeios, ingressos e aluguel de carro, por exemplo, devem entrar na conta. Por isso, vale a pena pesquisar para saber os gastos médios na região em que pretende ir.
Segundo Tahiana, a recomendação é criar uma planilha e incluir todos os gastos estipulados com a viagem.
3) Deixar tudo para última hora
Passagem aérea, hospedagem, aluguel de carro e ingressos para atrações não devem ser comprados na última hora. Promoções podem aparecer, mas as chances de ter que pagar mais por demorar para fazer as reservas são grandes.
“Depender de promoções não é uma boa estratégia. Seu surgimento é imprevisível”, diz Fleury. Ele afirma que, no caso das passagens aéreas, por exemplo, elas podem se esgotar antes que o viajante consiga comprá-las, fazendo com que ele fique muito mais tempo do que pode em um destino ou que viaje em horários ruins. “Antecedência é essencial para economizar”, afirma ele.
Segundo Monteiro, para quem vai para fora do país, também é preciso ter cuidado com a moeda estrangeira. “Se o dólar dispara e você deixa para comprar tudo na última hora, vai pagar mais. A dica é fazer compras fracionadas e acompanhar o câmbio.”
4) Escolher horários de pico de viagens
Para Fleury, comprar passagens nos chamados “horários de pico” deixa a viagem mais cara, pois a demanda é muito maior e, consequentemente, os preços também. Ir em um sábado e voltar em uma segunda em vez de ir na sexta e voltar em um domingo, por exemplo, pode garantir uma boa economia.
Para os que têm tempo e disponibilidade, Fleury diz que optar por um voo com escalas também reduz o preço da passagem. “Pode até proporcionar a oportunidade de se conhecer um novo destino aproveitando o stopover [permite ficar algum tempo na cidade de escala] que hoje muitas companhias aéreas disponibilizam.”
5) Fechar a hospedagem sem pesquisar
Segundo Monteiro, acontece de um mesmo quarto em um mesmo hotel apresentar preços diferentes. A dica é olhar sites comparativos de preços antes de fazer a reserva. Outra opção é alugar casa ou quarto em sites especializados, o que pode baratear a viagem.
Fleury também diz que é preciso ficar atento para não pagar a mais sem necessidade. “Num feriado em uma sexta-feira, por exemplo: viajando na quinta-feira, pagará uma diária adicional de hotel e mal aproveitará o destino, pois já chegará para dormir. Indo na sexta-feira de manhã, economiza uma diária, sem prejudicar muito o roteiro de viagem.”
6) Optar por uma época ruim
Nem sempre dá, mas quando for possível, o ideal é escolher a baixa temporada. Meses de férias escolares costumam deixar a viagem mais cara, já que a demanda nesse período de recesso aumenta. Quando não há jeito e precisa viajar na alta temporada, a dica é intensificar a pesquisa para tentar encontrar uma opção com preço melhor.
7) Não pesquisar sobre o clima
Pode acontecer de você marcar uma viagem e descobrir lá que está muito frio e você não levou roupas suficientes. Ou seja, terá que gastar mais para comprar um casaco. Mesmo que você já esteja planejando fazer compras no lugar, pesquisar sobre o clima na época em que vai viajar pode evitar que gaste mais e com coisas que talvez já tivesse em casa.
8) Não conferir documentos
Se for viajar para fora do país, vale a pena ver se o passaporte está válido e se precisará tirar um visto. Pode achar que está tudo bem e perceber depois que terá um gasto com a renovação do documento e emissão de visto.
Além disso, quando decidir para onde vai, veja se há algum documento ou comprovante que precise levar. Alguns países, por exemplo, exigem um certificado de vacinação da Anvisa, que precisa ser emitido antes da viagem.
9) Não fazer seguro-viagem
Acidentes e imprevistos acontecem. Por isso, deixar de fazer um seguro-viagem pode trazer um gasto muito além do esperado, diz Monteiro. O valor do seguro é relativamente baixo se comparado com os gastos que pode ter caso precise de serviços médicos em outros países. Em alguns lugares, é obrigatório para entrar.
Tahiana diz que é possível encontrar algumas alternativas para economizar. “O viajante pode verificar se no contrato com cartão de crédito há algum desconto ou até mesmo o seguro integral para quem compra a passagem com o cartão. Alguns planos de saúde também possuem essa cobertura”, diz ela.
10) Não levar em consideração taxas e impostos
Alguns turistas usam o cartão de crédito internacional e acabam esquecendo da cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%. Segundo Monteiro, o IOF para a compra de moeda estrangeira em espécie é menor, de 1,1%, o que deixa a viagem mais barata. “Mas tudo tem um custo. A segurança também. Eu prefiro levar dinheiro em espécie e evitar ao máximo o cartão, que tem IOF maior e está sujeito à oscilação do câmbio. Só uso o cartão para emergências.”
Há ainda outras cobranças que precisam de atenção. Em alguns lugares nos Estados Unidos, por exemplo, há cobrança de imposto sobre as compras. Ou seja, você vê um valor na etiqueta, mas quando passa no caixa, o preço é maior. Há, ainda, algumas taxas que são cobradas de turistas, como a de Fernando de Noronha. Isso também deve ser considerado.
Fonte: UOL
Créditos: UOL