Ao escolher um investimento, normalmente se olha a rentabilidade esperada e o prazo da aplicação. Mas você leva em conta também todos os riscos envolvidos na decisão? Veja quais são os principais:
Risco de mercado
Qualquer investimento está sujeito ao risco de mercado. Ele está associado às expectativas do mercado financeiro para indicadores como taxa de juros, câmbio, inflação e projeção de crescimento da economia e de lucro das empresas.
Você já deve ter ouvido falar em volatilidade, que nada mais é do que o sobe e desce nos preços –às vezes suave, em outras, brusco. O risco de mercado é o que está por trás desse movimento. Quanto maior o risco do investimento (ações e dólar, por exemplo), maior a volatilidade.
Aplicações de renda fixa, como títulos prefixados ou atrelados à inflação (IPCA), também podem ser voláteis. Seus preços são atualizados diariamente, para cima ou para baixo.
Risco de liquidez
Está ligado às condições de resgate. Quanto mais fácil e rápido for transformar um investimento em dinheiro vivo, mais liquidez esse investimento tem. Poupança, fundos DI e títulos públicos negociados no Tesouro Direto são bastante líquidos porque o investidor, ao solicitar um resgate, consegue o dinheiro no máximo até o dia seguinte. Imóveis, por sua vez, têm pouca liquidez. Vender um apartamento, por exemplo, pode levar meses.
Há também produtos financeiros que só podem ser resgatados no vencimento, como os COEs (Certificados de Operações Estruturadas).
Risco de crédito
Papéis emitidos por empresas, como debêntures e CRAs e CRIs (certificados de recebíveis do agronegócio e imobiliários), estão sujeitos ao risco de crédito. Se a empresa enfrentar dificuldades financeiras, o investidor precisará esperar um bom tempo para conseguir seu dinheiro de volta. Em caso de falência, há possibilidade de perder tudo o que foi investido.
Alguns títulos emitidos por bancos, como CDBs, LCAs e LCIs, também estão sujeitos ao risco de crédito. Nesse caso, porém, ele é amenizado pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que ressarce o investidor em até R$ 250 mil se o banco quebrar. Há investimentos que não são cobertos pelo FGC, como COEs e fundos.
Não subestime os riscos
“As pessoas costumam se preocupar muito com o risco de mercado, mas subestimam os riscos de liquidez e de crédito”, disse Martin Iglesias, gerente de produtos de investimento do Itaú Unibanco. “O risco de crédito é o mais difícil de enxergar.”
Por exemplo: você resolve comprar uma debênture de uma empresa, que promete uma taxa muito atraente. Só que esquece de, antes, pesquisar como está a saúde financeira da empresa. “Se a companhia estiver ‘mal das pernas’, ela provavelmente não vai pagar os juros prometidos ou vai atrasar o pagamento”, afirmou Iglesias.
No caso de papéis oferecidos pelos bancos com cobertura do FGC, o risco de crédito é menor, mas existe. “É preciso lembrar que o ressarcimento não é imediato. Pode levar alguns meses. Além disso, é preciso respeitar o limite de R$ 250 mil.”
Já o risco de liquidez só é percebido quando você precisa do dinheiro antes do vencimento do investimento. “É por isso que o investidor tem que se planejar. Não pode esquecer de manter uma reserva de emergência”, disse.
A reserva de emergência deve ser suficiente para pagar as despesas do dia a dia (supermercado, gasolina, água, luz, aluguel etc) por, no mínimo, três meses. O ideal são seis meses, de acordo com Iglesias. Esses recursos devem ficam aplicados em um produto com alta liquidez, como Tesouro Selic, Fundos DI, CDBs com liquidez diária ou poupança.
Fonte: UOL
Créditos: UOL