A produtividade total dos fatores (PTF) da economia brasileira registrou uma queda de 1,7% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com os primeiros três meses de 2019.
Os dados foram calculados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). A queda da produtividade é a maior desde a contração de 2,6% registrada no quarto trimestre de 2015.
Entretanto, mesmo se o impacto da pandemia de coronavírus (covid-19) tenha influenciado esse resultado, a tendência de queda tinha começado já no início de 2018.
Mas já no período de recessão entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto trimestre de 2016 a produtividade total dos fatores registrou um desempenho negativo. Somente em 2017 voltou a crescer em média de 0,45% por trimestre. Mas desde 2018 voltou em patamar negativo, com nove trimestres de queda.
A pesquisa mostra como a queda da PTF durante o período de recessão 2014-2016 foi superior a outros períodos de crise do passado. E a retomada acabou sendo muito menos vigorosa na comparação com períodos que seguiram outras recessões. Isso por causa do elevado nível de incerteza da economia brasileira nos últimos anos.
A previsão dos pesquisadores da FGV é que a PTF registre mais uma queda intensa no segundo trimestre de 2020, superior ao resultado negativo registrado no primeiro.
Entre as causas que explicam a queda da produtividade da economia brasileira está o fim do bônus demográfico.
Entenda o que é produtividade
A produtividade é a relação entre a produção – ou os bens e serviços realizados – e os fatores de produção utilizados no procedimento. Os fatores de produção podem ser pessoas, máquinas, materiais e outros. A produtividade irá variar positivamente quanto maior for a relação entre a quantidade produzida por fatores utilizados, e negativamente no caso contrário.
A produtividade total dos fatores é a quantidade de produto que se obtêm com uma unidade ponderada de todos os fatores de produção. Nesse caso, para registrar um aumento ao longo do tempo é necessário o progresso tecnológico.
Fonte: Valor Econômico
Créditos: Valor Econômico