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PAGAR À VISTA, ECONOMIA COM JUROS: o melhor investimento deste e do próximo ano

Novembro é Black Friday, dezembro é Natal e janeiro é a vez do IPVA, do IPTU… Em comum, o trimestre de consumo e gastos desperta a dúvida: comprar e pagar à vista ou parcelar por meses e meses… Dependendo da escolha, o consumidor pode economizar para gastar em material escolar ou nas férias de verão. As variáveis para tomar a decisão são muitas e dependem da renda, das dívidas e das contas.

Uma regra que serve para os três meses é uma análise da situação financeira. A decisão a ser tomada depende do perfil: pessoa endividada; com orçamento no zero a zero, ou seja, que não sobra um centavo para poupar; ou poupador/investidor com folga financeira. As duas primeiras opções praticamente obrigam a escolher o parcelamento. Não adianta pagar com desconto à vista e não ter recursos para outras despesas do mês ou contrair empréstimo a juros altos. E o número de famílias endividadas no Brasil é alto. Chega a 64,7% do total, segundo dados de outubro de pesquisa do Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Quem possui recurso deve observar se o desconto do pagamento à vista é maior que o retorno de aplicações financeiras. Os investimentos mais seguros, como poupança e renda fixa, dificilmente vão superar os descontos que prefeituras e ou governos estaduais costumam dar na cota única do IPTU e do IPVA, respectivamente. O morador da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, vai poder economizar 7% se pagar as 10 cotas de uma única vez.

— Pagar à vista ou cota única é melhor opção sempre quando possível. A Selic (juros básicos da economia) caiu para o menor patamar da série histórica, mas os juros na ponta para o consumidor continuam muito altos — diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), alertando que a Selic a 5% ao ano vai reduzir os rendimentos de fundos de renda fixa.

E o Natal e a Black Friday? A regra não muda. Nos dois casos, dívidas têm um grande peso na decisão de compra. A maioria dos brasileiros deve usar o salário mínimo para sair do vermelho. Segundo pesquisa da Anefac, 87% devem usar a renda extra para pôr as contas em dia. Os outros 13% sem dívida ou aqueles que conseguirem salvar uma parte do décimo terceiro para o consumo podem negociar valores menores nas compras à vista.

O consumidor deve ter no comércio (de loja física ou online) a mesma atenção sugerida no pagamento da cota única dos impostos e calcular a economia que a compra à vista oferece. Nenhuma aplicação financeira sem risco, porém, deve superar a vantagem do pagamento com dinheiro e sem parcelamento.

O levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) feito em todas as capitais do país mostrou que a maioria dos entrevistados pretende pagar os presentes à vista e 36% planejam usar o cartão de crédito e parcelar a compra. Em média, o grupo pretende dividir em cinco vezes.

— Na hora de fechar a compra, o cliente deve negociar um desconto se for pagar à vista. Muitas vezes, os juros estão embutidos nas parcelas. Lojas online oferecem preços mais baixos no pagamento no boleto ou no cartão sem parcelamento — diz o diretor da Anefac.

Fonte: EXTRA
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