O ouro empatou com o dólar na lista de aplicações com melhor rendimento no Brasil em 2018. Ambos subiram quase 17% no ano passado. Ainda vale a pena investir em ouro? Veja a opinião de especialistas.
O ouro é considerado o “porto seguro” do mercado financeiro mundial. Normalmente, a procura cresce em períodos de crises.
No ano passado, por exemplo, a valorização do ouro se relacionou com os atritos envolvendo os Estados Unidos. “Teve ameaça de um ataque nuclear da Coreia do Norte, investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições norte-americanas e a guerra comercial entre Estados Unidos e China”, afirmou Mauriciano Cavalcanti, diretor da corretora Ourominas.
Vai continuar subindo em 2019?
A preocupação com os sinais de desaceleração da economia global deve manter o ouro em alta neste ano, segundo os especialistas. “A economia já está enfraquecendo na Europa e na Ásia e há sinais de que a dos Estados Unidos também pode desacelerar”, afirmou Ricardo Kazan, sócio e gestor da Novus Capital. Uma economia mais fraca pode levar à desvalorização de moedas locais, inclusive do dólar, o que justifica a busca por ouro.
Compensador de riscos
O metal é indicado para investidores que já possuem recursos distribuídos em outros produtos financeiros de forma diversificada. Ele preserva patrimônio e compensa o risco de outros investimentos.
Preço sofre efeito do dólar no Brasil
O ouro é uma commodity metálica. Por isso, seu preço é definido no exterior, em dólar. No Brasil, sua cotação é afetada pela moeda norte-americana. No país, está sujeito à variação do dólar, disse Kazan.
Como investir em ouro?
Há basicamente três formas: comprando barras de diferentes pesos, comprando contratos na Bolsa ou aplicando em fundos que acompanham a variação do ouro na Bolsa.
Ouro em barra
Procure uma corretora autorizada pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a vender ouro. Entre as empresas mais conhecidas estão Ourominas, Parmetal e Carol DTVM. Evite comprar em lojas indicadas nas ruas.
As barras vendidas nas distribuidoras autorizadas são lacradas. Mantenha o lacre, senão é preciso pagar para lacrar de novo.
Contratos na Bolsa
Quem não quer correr o risco de manter ouro em casa pode optar pela compra de contratos financeiros na B3. Procure uma corretora credenciada pela Bolsa.
O principal contrato, equivalente a uma barra de 250 gramas, tem valor alto, de quase R$ 40 mil. Há também contratos menores, de 10 gramas (cerca de R$ 1.600) e de 0,225 grama (R$ 35), mas eles são menos negociados. Ou seja, o investidor pode ter dificuldade quando quiser vendê-los.
Fundos de investimento
Outra opção são os fundos de investimento lastreados em contratos financeiros de ouro. A Órama, por exemplo, oferece um fundo com aplicação mínima de R$ 1.000. A Novus Capital também possui um fundo multimercado (que aplica em diversos ativos) que investe até 20% da carteira em contratos de ouro negociados na Comex (Bolsa de metais de Nova York).
A vantagem é que não está sujeito à variação do dólar e os fundos compram e vendem nos melhores momentos, disse Kazan.
Fonte: UOL
Créditos: UOL