Com aumentos de mensalidades escolares que chegam a 10% nos valores para 2019, muitos responsáveis do Rio se viram diante da necessidade de renegociar com as instituições. A dica é abrir o jogo e deixar claro para a escola que não é possível arcar com o novo valor. Com a crise, dizem os especialistas, as instituições preferem dar descontos a perder alunos.
Para o presidente do Procon Carioca, Jorge Braz, quem está nessa situação deve mostrar à direção da escola que as novas mensalidades não cabem no orçamento. Ele também lembra que há instituições que oferecem bolsas aos estudantes:
— Algumas escolas têm sistemas de bolsas, conseguidas por meio de avaliação dos alunos que fazem uma prova com o conteúdo da série em que estão. A porcentagem da bolsa costuma aumentar na proporção das notas que conseguem nessa avaliação. Outras escolas oferecem bolsas para estudantes carentes ou que tenham irmãos estudando na mesma unidade.
Outra orientação do presidente do Procon Carioca é pesquisar valores.
— Até porque o empresário, em muitos casos, prefere dar o desconto a perder o aluno — completa Braz.
O professor de Economia e Finanças do Ibmec RJ Alexandre Espírito Santo afirma que algumas instituições de ensino, tanto escolas, quanto universidades, têm oferecido descontos para os alunos que levam amigos ou parentes para fazer a matrícula:
— Atualmente, o momento está muito favorável para os pais negociarem. A inflação está baixa, e o desemprego está muito alto. Por isso, muitas escolas vão preferir dar descontos para não perder alunos.
Espírito Santo ressalta que é preciso estar atento ao prazo para negociar com as instituições e, assim, garantir um preço melhor:
— É importante lembrar que existe um prazo para essa negociação. Quanto mais cedo, mais fácil conseguir descontos na mensalidade. Quem deixar para fevereiro pode ter mais dificuldades.
Mas os pais também precisam estar atentos ao que as escolas podem ou não exigir ou cobrar dos pais. Um exemplo disso são materiais de higiene e limpeza. Por lei, as instituições não podem colocar produtos como papel higiênico na lista materiais pedidos aos alunos. O mesmo vale para itens de uso coletivo, como folhas de papel sulfite.
Veja abaixo o que as escolas podem ou não fazer.
MARCA: A escola não pode exigir que os pais comprem itens de uma determinada marca, papelaria ou dentro da instituição.
APOSTILA PRÓPRIA: Se apostilas fabricadas pela própria escola forem material obrigatório, o colégio deve informar isso aos pais na hora da matrícula.
USO COLETIVO: A lista não pode incluir materiais de uso coletivo, como papel higiênico ou folhas de papel sulfite em grandes quantidades, nem taxas para suprir despesas com água e luz, por exemplo.
LISTA: Pais ou responsáveis pelos alunos têm o direito de conhecer a lista de material antes de assinar o contrato com a escola.
ANO ANTERIOR: É possível solicitar a lista de material do anterior para ter uma base do que é solicitado. É a única forma de os pais evitarem surpresas desagradáveis.
PUNIÇÃO: Caso seja comprovada alguma cobrança indevida em relação à lista de material, a escola pode ser punida e obrigada a ressarcir o valor pago em dobro.
Fonte: Extra
Créditos: Extra