A Caixa Econômica Federal divulgou nesta quinta-feira (21) que registrou um lucro líquido contábil de R$ 3,049 bilhões no primeiro trimestre de 2020, o que representa uma queda de 22,2% frente ao mesmo período do ano passado (R$ 3,920 bilhões). No último trimestre de 2019, o lucro havia sido de R$ 4,899 bilhões (queda de 37,8%).
Já o lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) também foi de R$ 3,049 bilhões nos 3 primeiros meses do ano, recuo de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 3,295).
Segundo a Caixa, a redução do lucro foi gerada, principalmente, pela redução de 13,9% na margem financeira, compensada pelas reduções de 1,3% com despesa de pessoal e 2,4% com outras despesas administrativas.
O resultado operacional alcançou R$ 3,9 bilhões, aumento de 4% em relação ao ano passado, influenciado, principalmente, pelas reduções de 28,8% nas despesas com provisão para devedores duvidosos (leia mais abaixo), de 2,4% com outras despesas administrativas e 1,3% com despesas de pessoal.
A margem financeira totalizou R$ 10,6 bilhões nos primeiros três meses de 2020, redução de 13,9% ante o mesmo período do ano passado, influenciada pelas reduções de 7,9% em receitas de operações de crédito e de 32,9% em resultado de títulos e valores mobiliários (TVM ) e derivativos, compensadas pela redução de 12,1% em despesas de captação, em função da menor necessidade de funding.
A carteira de crédito ampla totalizou um saldo de R$ 699,6 bilhões em março de 2020, crescimento de 2% em relação ao 1º trimestre de 2019, influenciado pela evolução de 5,2% em habitação, 1,2% em saneamento e infraestrutura e 1,8% em crédito comercial pessoa física, compensado pela redução de 17,1% na carteira comercial PJ.
Já a carteira de crédito habitacional imobiliária continua sendo a mais representativa na composição do crédito total, com 67,2% de participação e saldo de R$ 470,4 bilhões no 1º trimestre – no mesmo período do ano anterior, eram R$ 447,4 bilhões – aumento de 5,2%. Desse saldo, R$ 293,1 bilhões foram concedidos com recursos FGTS (62,3% do total), aumento de 8,6%, e R$ 177,4 bilhões com recursos da Caixa, do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE (37,7%). A Caixa detém a liderança desse mercado com 69,1% de participação.
Ativos
Em março de 2020, o banco possuía R$ 2,4 trilhões de ativos administrados, aumento de 2,2% em 12 meses, impulsionados, principalmente, pelo avanço de 7,5% nos fundos de investimento. Os ativos próprios da Caixa apresentaram elevação de 1,7% em 12 meses. Entre os R$ 1,1 trilhão de recursos de terceiros geridos pelo banco, os recursos do FGTS eram R$ 534,6 bilhões, com crescimento de R$ 6,0 bilhões no trimestre; e os fundos de investimentos, com R$ 456,7 bilhões, aumento de R$ 31,8 bilhões em relação a março de 2019.
Já as receitas provenientes da administração de fundos de investimento atingiram R$ 574,2 milhões no apurado até março de 2020, redução de 7,1% em relação a 2019. As receitas com conta corrente, que incluem as receitas com tarifas bancárias, totalizaram R$ 1,4 bilhão no acumulado do primeiro trimestre de 2020, redução de 11,8% em comparação com o mesmo período de 2019.
No primeiro trimestre de 2020, as despesas de pessoal caíram 1,3% em relação ao mesmo período de 2019, influenciadas pela redução de 3,2% nas despesas com salários. A redução nas despesas salariais acompanharam a redução no quadro de funcionários com a abertura de Programa de Desligamento Voluntário (PDV) no exercício anterior. Atualmente, a Caixa conta com 84,1 mil empregados.
Inadimplência
Em relação às provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), a Caixa informa que as despesas atingiram R$ 2 bilhões no período, redução de 28,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. “Essa redução é reflexo da melhoria na composição da carteira, mais concentrada em linhas de baixo risco, além de aperfeiçoamento nos processos de cobrança e renegociação de créditos da Empresa”, afirma no balanço.
O saldo de PCLD correspondia a 5% do total da carteira de crédito, segundo a Caixa, semelhante aos níveis apresentados nos períodos anteriores. O índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) totalizou 3,14%, aumento de 0,68 p.p. em 12 meses, impactado, principalmente, pela inadimplência de habitação. O indicador ficou abaixo da média do mercado de 3,17%, diz a Caixa.
A carteira habitacional apresentou inadimplência de 2,86% no primeiro trimestre de 2020, crescimento de 1,05 p.p em 12 meses. “Essa evolução foi consequência da menor contratação de crédito, resultando, assim, em um crescimento do saldo da carteira inferior ao inadimplente”, informa a Caixa.
Loterias
As Loterias Caixa arrecadaram R$ 4 bilhões no 1º trimestre, crescimento de 22,4% em relação ao apurado no ano anterior. Cerca de R$ 1,5 bilhão foram transferidos aos programas sociais do governo federal nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde, correspondendo a um repasse de 37,2% do total arrecadado.
Fonte: G1
Créditos: G1