O dólar engatou a segunda queda consecutiva e fechou no maior ritmo de baixa (-0,75%) em 15 dias, cotado em R$ 3,8409 nesta segunda-feira, 11. Após bater em R$ 3,90 na semana passada, investidores seguiram desmontando posições compradas em dólar, aquelas que ganham com a alta da moeda americana, em meio ao otimismo com a reforma da Previdência, com a confirmação da instalação na quarta-feira (13) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, onde a medida inicia sua tramitação no Congresso. O exterior mais positivo também ajudou, com o dólar recuando ante moedas emergentes como o peso mexicano e o rand da África do Sul.
Investidores estrangeiros reduziram em US$ 1,1 bilhão suas posições compradas em dólar no mercado futuro somente na sexta-feira (4), segundo dados da B3. O movimento deu continuidade à redução dessas posições iniciadas no dia anterior, quando o presidente Jair Bolsonaro começou a postar mensagens sobre a prioridade da reforma da Previdência. Na sexta, o ministro da Economia Paulo Guedes declarou ao ‘Estado’ que mapeamento do governo mostra que faltam apenas 48 votos para a reforma conseguir ser aprovada na Câmara.
Também repercutiu bem nas mesas de operação nesta segunda a reunião no final de semana entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a reforma. Segundo relatos, Bolsonaro deu sinal verde para Maia encaminhar pedidos de nomeações no segundo escalão do governo. Nesta segunda, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que a articulação do governo vai melhorar e em duas semanas “tudo estará fluindo no céu de brigadeiro”.
Na avaliação do gerente de tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini, todas essas notícias sobre a Previdência contribuíram para um clima de otimismo com reforma, refletido na queda do dólar nesta segunda. Ele vê chance de o dólar voltar a operar abaixo dos R$ 3,80 se houver novos desdobramentos positivos. Já se ocorrerem “engasgos”, o câmbio pode ficar mais estressado, destaca ele.
Sobre a CCJ, os economistas do JPMorgan esperam que a reforma seja aprovada nesta comissão, mas a tramitação também será útil para ver a capacidade do Planalto de negociar com o Congresso. Qualquer atraso na CCJ pode adiar a tramitação, ressalta o JP em relatório. “Continuamos a ver uma estrada com solavancos para a aprovação de uma reforma mais diluída no final do ano”, observa o banco, destacando que prevê economia fiscal ao redor de R$ 700 bilhões.
Fonte: Istoé
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