incertezas

Dólar bate R$ 5,57 e bolsa cai com preocupação sobre gastos públicos

Na segunda-feira (18), a moeda norte-americana avançou 1,23% e fechou a R$ 5,5194

O dólar abriu novamente em alta nesta terça-feira (19), pressionado pelas preocupações com as contas públicas após anúncio de que o novo Auxílio Brasil deve pagar R$ 400 aos seus beneficiários. O Banco Central realizou um leilão de venda de até US$ 500 milhões de dólares à vista nesta manhã, em mais uma ação para tentar segurar a alta da moeda.
Às 12h38, a moeda norte-americana subia 0,76%, cotada a R$ 5,5614. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 5,5748. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 1,23%, a R$ 5,5194. Com resultado, passou a acumular avanço de 1,35% no mês e de 6,40% no ano.
Também com os efeitos da angústia com o financiamento do Auxílio Brasil acima do previsto, o Ibovespa opera em queda considerável.
O dólar tem se mantido acima de R$ 5,50 nas últimas sessões, em meio a riscos que vão da escalada da inflação global às incertezas fiscais e políticas domésticas.
O BC realizou, então, leilão de venda de dólares à vista pela primeira vez desde 15 de março, e após várias intervenções no mercado de câmbio desde a semana passada, incluindo realização diária de leilões extraordinários de swap cambial tradicional (operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro) nas últimas quatro sessões.

Cenário

No exterior, o dólar recuava frente a outras moedas, com um início robusto para a temporada de balanços corporativos nos EUA e esperanças de que a China seja capaz de conter a crise em seu mercado imobiliário.
Na cena doméstica, as atenções seguiam voltadas para as preocupações com a inflação persistente e com as discussões em torno das fontes de financiamento do novo programa social do governo federal, o Auxílio Brasil.

Investidores temem que as discussões sobre a ‘versão turbinada do Bolsa Família’ resultem no rompimento do teto de gastos, tido como âncora fiscal do Brasil, o que golpearia um já fragilizado cenário para as contas públicas no país.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a discussão de um programa social fora do teto de gastos públicos.
Lira defendeu que, diante dos impactos sociais provocados no Brasil pela pandemia de Covid-19, não se pode priorizar a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto de gastos em detrimento das necessidades da população mais vulnerável.
“O prêmio de risco tem que aumentar mesmo. O mercado está entendendo essas medidas como populismo fiscal, de cunho eleitoreiro”, disse Sérgio Goldenstein, chefe da área de estratégia da Renascença.

“Além disso, você está desmoralizando o teto de gastos. Por que o governo a ser eleito em 2022 precisará respeitar o teto de gastos se o de agora não respeita?”, questionou, avaliando ser muito difícil reduzir posteriormente valores do auxílio – atualmente, o debate está em torno de um aumento temporário do novo Bolsa Família.
O noticiário sobre a PEC dos precatórios, que pode ser votada em comissão especial da Câmara ainda nesta terça, também atraía atenção de operadores. A PEC é uma contrapartida para a criação do Auxílio Brasil.
A estimativa do mercado financeiro para a inflação deste subiu para 8,69%. Já a previsão para o PIB voltou a cair, para 5,01%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Fonte: G1
Créditos: G1