Nesta época do ano, com o aumento dos gastos, muita gente busca novas formas de fazer renda extra. Pesquisa do SPC Brasil com a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) mostra que 44% dos entrevistados vão recorrer a bicos para fazer compras de Natal. Desse total, 54% são jovens e 51% pertencem às classes C, D e E.
Segundo o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, essa busca por renda extra acontece por necessidade. “É quando a pessoa tem dívidas ou precisa sustentar um padrão de vida”, afirmou.
Com a tecnologia, contudo, há meios para fazer renda extra o ano inteiro. A grande moeda de troca agora é o tempo. O crescimento da economia compartilhada facilitou o contato entre pessoas que têm tempo com aquelas que não têm e criou um mercado que gera renda extra para muita gente.
“A tecnologia é um facilitador e chegou para agilizar, facilitar e dar mais instrumentos e um retorno mais rápido”, afirmou o consultor financeiro Sérgio Tavares, da Stavares Consultoria Financeira.
A forma mais conhecida para fazer renda extra é a de motorista de aplicativos, mas há outras. Veja seis opções para ganhar renda extra que vão além dos apps de transporte:
1) Fazer entregas
Se você tem tempo, um carro, moto ou até mesmo uma bike pode optar por ser entregador. Hoje, há diversas opções de aplicativos que permitem ganhar renda extra fazendo entregas. A maior demanda é para entrega de comida. Nessa categoria há o Uber Eats e o Rappi Brasil.
Mas há também plataformas que permitem a entrega de encomendas e produtos, como é o caso do Rapiddo. Com o Shippify, você consegue fazer entregas com praticamente qualquer veículo, como uma bike. Há plataformas mais específicas para quem quer trabalhar com bike, como é o caso do CarbonoZeroCourier e o Bike Entregas.
Para todos esses aplicativos, é preciso fazer um cadastro, e os horários são flexíveis –você escolhe o que vai entregar, quando e onde.
2) Dar caronas
Quem precisa viajar muito de carro pode gerar renda dando caronas. O Wazee o BlaBlaCar conectam pessoas com espaços vagos no carro e dispostas e compartilhar a viagem com aquelas que querem pagar mais barato pelo trajeto.
No Waze Carpool, o motorista que der a carona ganha até R$ 25, de acordo com a distância percorrida, e o aplicativo não cobra nenhuma taxa.
No BlaBlaCar, o ganho é indireto. “O motorista economiza dinheiro. Tem gente que economiza até um salário mínimo por mês dando carona”, afirmou o diretor da plataforma no Brasil, Ricardo Leite. “Muitas vezes, essa economia paga a parcela do financiamento do carro.”
3) Participar de pesquisas pagas
Outra forma pouco comum de gerar renda extra, mas que está crescendo no Brasil, é a pesquisa remunerada. Sabe aquelas pesquisas de empresas que chegam ao seu email, e você nunca responde porque não quer perder tempo com isso? Há plataformas dispostas a pagar para que os usuários respondam porque precisam desses dados para ajudar empresas a entender algum mercado, criar algum produto ou melhorar alguma estratégia.
Há pesquisas que podem ser respondidas online e outras que exigem que o usuário vá até algum local. A moeda de troca é o seu tempo. Boa parte das plataformas atua com pontos que são convertidos em dinheiro, como é o caso da Toluna Influencers, que paga em dinheiro, via PayPal, e o Global Teste Market -que são os mais conhecidos.
Há também plataformas brasileiras que remuneram por você fazer a pesquisa. É o caso da startup Lean Survey. Com o aplicativo, você entrevista pessoas e ganha dinheiro com isso.
Em todas essas plataformas, os especialistas recomendam cuidado. Pesquise a reputação das empresas na internet antes de fazer seu cadastro e entregar seus dados.
4) Hospedar cachorros
Uma opção para quem trabalha em casa e gosta de cachorros é justamente cuidar deles. A maior plataforma no Brasil é a DogHero, que permite que você hospede cachorros ou apenas passeie com eles (o famoso dogwalking) e ganhe dinheiro com isso.
Essa modalidade de renda, muito comum nos Estados Unidos, cresceu com a recessão, segundo Felipe Macario, gerente de operações de dogwalking na DogHero. “A recessão uniu pessoas que têm algo a oferecer, como o tempo, com aquelas que querem esse tempo”, afirmou.
5) Vender roupas e objetos que não quer mais
Vender roupas ou objetos que você não quer mais pode render dinheiro. Há quem consiga fazer esse tipo de comércio o ano inteiro. É a economia do desapego.
Além das grandes plataformas já conhecidas, como Mercado Livre e OLX, onde é possível vender de tudo, há plataformas mais de nicho, como é o caso do Enjoei. Lá é possível vender roupas, calçados e acessórios. Para quem tem roupas e acessórios de luxo, há o Peguei Bode.
Há mercado até para quem quer desapegar do celular que ainda está em bom estado. Para isso existem as plataformas Brused e Trocafone.
6) Vender sua habilidade
Oferecer alguma habilidade ou conhecimento, na forma de consultoria e prestação de serviço, é mais uma opção de renda extra.
Há plataformas que têm crescido de olho nesse tipo de oferta, como é o caso da GetNinjas. Lá é possível oferecer aulas de música, serviços de tradução, domésticos, consultorias dos mais diversos temas. A empresa fez uma pesquisa com mais de 5.000 pessoas cadastradas na plataforma e descobriu que 91% delas utilizam a plataforma para gerar renda extra.
Renda extra pode virar negócio
Apesar da falta de cultura em ter mais de um trabalho, Vignoli disse que o exercício de buscar renda extra pode ser o embrião de uma prática empreendedora. “Esse trabalho extra pode ser fruto de algo que você gosta e pode virar uma empresa”, afirmou. O especialista aconselha até a criar meta para renda extra.
Fonte: UOL
Créditos: UOL