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Volante artilheiro, Paulinho vira o quinto elemento da seleção brasileira

Ele é terceiro maior goleador da atual seleção, com sete gols em 18 partidas

Neymar, Coutinho, Willian e Gabriel Jesus formam o quarteto que faz o técnico Tite acreditar no hexa na Copa do Mundo na Rússia.

A seleção, porém, tem um quinto elemento que se mostra eficiente e tem a confiança do treinador.

Trata se do meio-campista Paulinho, 29, terceiro maior goleador da atual seleção brasileira. Em 18 jogos com o treinador, ele já marcou sete gols e só esta atrás de Gabriel Jesus e Neymar, principais artilheiros, que somam dez e nove gols, respectivamente.

Jogador Paulinho dando chute em bola durante partida de bobinho

O meio-campista é também o atleta que mais esteve em campo com o atual treinador.

Ele já jogou 1.557 minutos –o segundo que mais atuou é o goleiro Alisson, com 1.485.

A confiança do atual comandante da seleção no jogador é antiga. Eles trabalharam juntos por quase três anos. No período, conquistaram os dois maiores títulos que possuem na carreira por clubes. Em 2012, foram campeões da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes pelo Corinthians.

“Depois que o Tite assumiu, não é que comecei a trabalhar mais ou fazer mais. Mas eu sabia que eu iria fazer meu trabalho da melhor forma e tinha certeza que seria observado. Tite me conhece muito bem, eu o conheço há algum tempo do Corinthians. Ele sabe da minha filosofia e característica e o que posso fazer e oferecer à equipe”, disse o camisa número 15 do Brasil.

Paulinho retornou à seleção em setembro de 2016 após ficar dois anos afastado. Ele havia atuado pela última vez pelo país na histórica derrota para a Alemanha por 7 a 1, pela semifinal da Copa no Brasil.

Na oportunidade, o jogador chegou ao Mundial em baixa porque ocupava a reserva do Tottenham um ano após ser eleito o terceiro melhor jogador da Copa das Confederações conquistada pelo Brasil.

Logo após o Mundial, foi negociado pelo clube inglês para o Guangzhou Evergrande, da China, onde foi treinado por Luiz Felipe Scolari.

Em um primeiro momento, a convocação do jogador foi muito contestada, assim como do meio-campista Renato Augusto, que também estava no futebol chinês.

Tite resolveu dar uma chance ao seu ex-jogador no Corinthians após ouvir o filho Matheus Bacchi, auxiliar da seleção brasileira, que ficou impressionado com as recentes atuações do atleta.

Aos poucos, Paulinho virou unanimidade no meio de campo da seleção. O treinador elogia a capacidade de enxergar o jogo do seu meio-campista, que se torna um elemento surpresa quando se infiltra na área adversária.

As boas atuações fizeram o Barcelona investir 40 milhões de euros em sua contratação em agosto de 2017.

Uma das razões que o fizeram melhorar foi o cuidado que passou a ter com o próprio corpo e a alimentação.

Acompanhado de perto pela comissão técnica da seleção, fez exercícios extras nos tempos de China. Ele, inclusive, montou uma academia em sua casa em Barcelona.

“O Paulinho e todos os atletas adquiriram uma consciência muito grande de serem atletas na acepção da palavra. Paulinho não tem percentual de gordura, atleticamente”, elogiou o técnico Tite.

Aliás, uma das preocupações da comissão técnica é com relação ao desgaste do atleta, que está sem folga desde fevereiro do ano passado. Ele se transferiu do Guangzhou para o Barcelona em agosto, quando já havia começado a temporada europeia.

Contra a Suíça, neste domingo (17), o jogador terá um posicionamento mais recuado por causa da escalação do quarteto formado por Coutinho, Neymar, Willian e Gabriel Jesus, mas nada que impeça sua chegada ao ataque.

Há dez anos, o volante, que hoje é um dos líderes da seleção, pensou em abandonar a carreira. Descoberto em uma escolinha da zona norte de São Paulo, ele foi vítima de racismo na Polônia, quando jogou pelo Lodzki. Abatido e com pouca motivação para jogar a quarta divisão do Paulista, o volante recebeu incentivo de seu primeiro clube, o Pão de Açúcar, hoje Audax.

“O Paulinho pensou em desistir do futebol quando retornou da Europa. Era uma retomada na carreira dele, já que estava na primeira divisão da Polônia e voltou para jogar a 4ª divisão paulista. Lá, ele sofreu provocação de torcidas adversárias. Ele jogou na Lituânia e na Polônia em um projeto nosso que visava adaptar os jogadores ao futebol europeu”, disse Thiago Scuro, ex-gerente executivo do Audax e, hoje, no Red Bull.

Após retornar ao futebol brasileiro, Paulinho ajudou seu clube a conquistar dois acessos consecutivos e chegar à Série A2 do Campeonato Paulista. Logo após subir com o Audax, Paulinho foi emprestado ao Bragantino.

Ele ficou menos de um ano no time de Bragança Paulista antes de chegar ao Corinthians, onde ganhou a projeção necessária para mudar o status de sua carreira.

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo e Sérgio Rangel